
Muitos analistas de mercado têm antecipado que os primeiros cortes dos juros do BCE vão acontecer em 2024. Mas o regulador europeu coloca essa hipótese, para já, longe de vista. “Não discutimos nenhum corte nas taxas”, afirmou Christine Lagarde, presidente do BCE, defendendo que este não é o momento de "baixar a guarda" na luta contra a inflação na Zona Euro. O que é certo é que, agora, o guardião do euro está convicto que as taxas de juro têm de permanecer elevadas durante o tempo que for necessário para garantir que a inflação retorna ao objetivo dos 2%. E, neste sentido, decidiu manter os juros diretores inalterados entre os 4% e os 4,75% na reunião de política monetária realizada esta quinta-feira, dia 14 de dezembro.
Esta quinta-feira, o BCE cumpriu as expectativas do mercado e deixou as taxas de juro inalteradas, tal como na última reunião do Conselho de Governadores, realizada em outubro. Assim, esta é a segunda pausa consecutiva depois de 10 subidas das taxas de juro, com os últimos dados da inflação a apontarem para um abrandamento.
Em concreto, a taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.
“Não discutimos nenhum corte nas taxas”, afirmou Lagarde.
Embora a inflação na Zona Euro esteja cada vez mais perto dos 2% (fixou-se em 2,4% em novembro), a presidente do BCE defendeu que os decisores não devem ficar complacentes. “Não devemos absolutamente baixar a guarda”, disse em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Governadores esta quinta-feira, na qual o BCE decidiu deixar inalteradas as taxas de juros.
A afirmação da responsável do BCE surge numa altura em que o mercado já espera um corte das taxas de juro no próximo ano, tal como explicamos aqui. Mas para já falar de cortes nos juros está longe de vista. “Não discutimos nenhum corte nas taxas”, afirmou Lagarde.
Uma vez mais, a responsável do BCE sublinhou que as decisões futuras da instituição são baseadas nos dados e não no “tempo” e salientou que é preciso mais informação, nomeadamente sobre a inflação interna. “Quando olhamos para todas as medidas da inflação subjacente, há uma medida específica que dificilmente muda e que é a inflação interna”, disse. Além disso, Lagarde apontou riscos ascendentes persistentes para os preços ao consumidor, que incluem a rentabilidade das empresas e as negociações em curso sobre salários.
Ao contrário do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, que sinalizou na quarta-feira que o debate sobre os cortes das taxas de juro já se iniciaram, a presidente do BCE mostrou maior resistência.
*Com Lusa
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