O novo desenho da taxa adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), recentemente levado a cabo pelo Governo, vem beneficiar os proprietários milionários com casas parqueadas em fundos. Ou seja, o património imobiliário de elevado valor colocado em sociedades de simples gestão de bens ou em fundos fechados irá ser menos tributado. Já as famílias e os bancos com imóveis para habitação passam a pagar mais.
Segundo contas feitas pelo Negócios a partir da proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2017, concretizada pela esquerda, quem tenha património relativamente baixo para os valores de incidência do AIMI fica a ganhar em tê-lo em nome próprio.
A de valores intermédios em diante, o jornal diz que compensa tê-lo parqueado numa sociedade de mera administração de bens ou num fundo de investimento fechado, duas modalidades usadas pelos "ricos" para gerirem os seus imóveis.
Versão original era ao contrário
A ideia de base do Governo, vertida na primeira versão do AIMI, pretendia penalizar fiscalmente quem recorre a estruturas societárias para parquear o património particular. Mas agora com o novo desenho do AIMI, a taxa deixou de ser única para particulares e para sociedades, tendo sido criadas duas modalidades distintas.
Os particulares, tal como indica o diário, beneficiam da isenção base e pagam AIMI a taxas marginais de 0,7%e 1% sobre valores patrimoniais de 600 mil e de um milhão de euros em diante, respetivamente (ou o dobro se apresentarem o património em conjunto).
Já as empresas não têm isenção base e pagam uma taxa de 0,4% sobre todo o VPT de imóveis destinados à habitação ou terrenos para construção (sem isenção base).
Esta fórmula faz com que o recurso a sociedades de administração de bens e fundos saia mais cara para patrimónios mais baixos, mas torna-a mais favorável para os mais altos (de 1,2 milhões ou 2,4 milhões de euros em diante, consoante ele seja apresentado separado ou em conjunto, segundo as nossas contas), conclui o Negócios.
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