Muito se tem falado e escrito sobre o novo imposto sobre imóveis, mas a versão final do adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI) será bem diferente. No âmbito do Orçamento do Estado para 2017 (OE), o Governo está ainda a trabalhar num conjunto de alterações ao imposto que vai taxar o património imobiliário de elevado valor (acima de 600 mil euros). Em causa está uma maior penalização dos prédios habitacionais, isentando os imóveis afetos ao comércio e serviços.
O Governo tem como objetivo conseguir 160 milhões de euros por ano com o AIMI, para financiar a Segurança Social e não quer abdicar desta receita fiscal. Na proposta do OE2017, já aprovada na generalidade, estavam previstas isenções apenas para imóveis ligados à atividade turística ou industrial.
Agora o comércio vieram pedir o mesmo e o Governo considerou a petição. Mas o dinheiro terá de vir de outro sítio e é nessa solução que o Executivo de António Costa estava ainda esta quinta-feira a trabalhar, segundo noticia o Observador.
Para compensar a perda de receita com a isenção dos comerciais existem duas formas em estudo: aumentar a taxa (que está agora fixada em 0,3%); e/ou tornar o imposto progressivo a partir de um determinado valor.
O jornal recorda ainda que os partidos à esquerda do PS, nomeadamente o Bloco de Esquerda, exigiu que a taxa a aplicar seja agravada para imóveis detidos por sociedades com sede em paraísos fiscais (offshore).
No imposto selo (para imóveis acima de 1 milhão de euros) que o AIMI vem substituir, os imóveis detidos por offshores eram taxados a 7,5% e esse é o valor que poderá vir a constar na proposta de alteração que o Governo indicará ao PS esta sexta-feira de manhã — as propostas de alteração ao Orçamento do Estado têm de ser entregues no Parlamento até às 21 horas desse dia.
CDS-PP quer acabar com AIMI
O CDS-PP vai apresentar uma proposta para que o novo imposto seja retirado do OE 2017 e outras na área do investimento, nomeadamente que seja criado um “supercrédito fiscal” em investimento reprodutivo e alterações à remuneração convencional do capital social.
“A nossa grande prioridade é a área do investimento, sabemos que, das variáveis económicas, a que continua a correr pior é a do investimento, público e privado”, afirmou à Lusa o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares para sustentar as “três propostas muito focadas no investimento” que os centristas já divulgaram parcialmente.
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