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Investidos 1,9 mil milhões em imobiliário comercial em 2015, o valor mais alto de sempre
GTRES

“Comprava já para 2016 os resultados conseguidos em 2015”. A garantia foi dada por Eric van Leuven, managing partner da Cushman & Wakefield (C&W) em Portugal. Segundo o responsável, “o ano de 2015 foi excecional para o mercado imobiliário”, nomeadamente no que diz respeito ao investimento comercial: o montante investido ultrapassou o máximo histórico desde que há registos, tendo atingido cerca de 1,9 mil milhões de euros. Para 2016, o cenário também é animador.

Investidos 1,9 mil milhões em imobiliário comercial em 2015, o valor mais alto de sempre

As estimativas de Eric van Leuven apontavam para que o investimento comercial chegasse aos dois mil milhões de euros em 2015, previsões que só não se confirmaram porque varias operações em curso foram adiadas para este ano. “Por enquanto não chegámos [a esse valor]. Só nós [C&W] temos cerca de 500 milhões de euros em fase final de negócio, só falta mesmo assinar”, disse.

De referir que dos cerca de 1,9 mil milhões de euros investidos em imobiliário comercial, 90% é de origem estrangeira. E mais: o valor médio por transação duplicou para cerca 40 milhões de euros face a 2014.

Por setores, 65% do capital investido teve como destino o setor do retalho. Seguem-se escritórios (20%) e hotelaria (8%).

Investidos 1,9 mil milhões em imobiliário comercial em 2015, o valor mais alto de sempre

Para este ano, a C&W prevê que Portugal continue a ser um destino bastante atrativo para os investidores, antevendo-se um novo recorde no volume de transações.

“Ano bom” nos escritórios

No que diz respeito ao segmento de escritórios, foram contratados 132.000 m2 até novembro, o valor mais elevado desde 2008. Os números revelados pela C&W confirmam a retoma do setor. “Foi um ano bom. O melhor dos últimos seis, sete anos”, referiu Eric van Leuven.

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O responsável adiantou que 2015 fica também marcado pela “afirmação da zona de Santos”, já que a Zona 4 protagonizou o maior negócio do ano, com a ocupação da EDP. A segunda e terceira maiores operações do ano foram, por esta ordem, a colocação do Banco de Portugal no edifício Castilho 24 e da Teleperformance na Álvaro Pais.

Relativamente à taxa de desocupação, ainda é relativamente alta, tendo aumentado para 11,5% em 2015. De referir que o Parque das Nações é pela primeira vez a zona da capital com menor taxa de desocupação: 6,5%.

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Para 2016, a consultora estima que o mercado de escritórios deve manter a tendência de recuperação. Esta será modesta, mas sustentada e as zonas a ter em conta serão a frente ribeirinha e o Parque das Nações.

Retalho: abriram 350 lojas em 2015

A retoma também se fez sentir no segmento de retalho, uma tendência que se verifica desde 2013, ainda que de forma moderada, conclui a C&W. Eric van Leuven revelou que a procura já não é só para as localizações prime de rua, alargando-se cada vez mais aos centros comerciais e às ruas secundárias das cidades.

Um estudo da consultora, relativo a centros comerciais e comércio de rua de centro de cidade, concluiu que terão aberto, ou renovado contratos, 350 lojas em Portugal, sendo a grande maioria novas aberturas. A restauração foi o setor mais ativo (33% das aberturas), seguido de perto pelo setor da moda (29%).

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No ano passado apenas foi inaugurado um centro comercial no país, a Galeria Comercial do Jumbo Sintra, por parte da Imochan. Um registo que tende a aumentar este ano e em 2017 – está prevista a abertura da Nova Arcádia em Braga e a expansão do Oeiras Parque em 2016 e abertura do InterIkea em Loulé e a expansão do NorteShopping em 2017.

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Na ordem do dia continuará a reabilitação urbana”, afirmou Eric van Leuven, salientando que a “nova promoção deverá também começar a surgir facilitada por um mercado ocupacional mais dinâmico, tanto em retalho como escritórios, e por uma maior propensão ao financiamento por parte” dos bancos.

C&W teve o melhor ano de sempre

2015 foi também um ano histórico para a C&W, que obteve o melhor resultado de sempre desde que opera em Portugal, há quase 25 anos. A faturação da consultora aumentou 27% em relação a 2014, tendo o escritório nacional sido o mais rentável do grupo na Europa.

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