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Ocean Campus: o investimento de 300 milhões para construir a "nova Expo" de Lisboa
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Depois da frente oriental (Parque das Nações), agora é a vez da zona ribeirinha ocidental de Lisboa ser alvo de um grande projeto de requalificação, entre Pedrouços (junto à Fundação Champalimaud) e a Cruz Quebrada (Oeiras). Em causa está um investimento público-privado na ordem dos 300 milhões de euros, a realizar até 2030, na construção de uma marina, espaços para empresas e centros de investigação, restaurantes e de um hotel, a par da requalificação das praias de Algés e da Cruz Quebrada - de forma a que tenham Bandeira Azul no futuro.

Numa área total de 64 hectares na foz do Tejo, o futuro Ocean Campus promete juntar a capital ao concelho de Oeiras, dentro da estratégia de voltar a ligar Portugal ao mar sem ser apenas numa lógica de praia e sol. O projeto - apresentado esta segunda-feira, dia 22 de julho de 2019, numa cerimónia conjunta do Governo e das duas autarquias durante a inauguração da nova “Ciclovia do Mar” - vai ser desenvolvido em três fases.

  • Na primeira etapa das obras da “nova Expo” da capital - que vai custar 117,9 milhões de euros e deverá estar concluída em 2022 - serão construídos laboratórios do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), residências temporárias para investigadores e centros de investigação, espaços de restauração, edifícios para empresas e a futura Marina de Pedrouços, cujo concurso foi lançado também esta segunda-feira.
  • Na segunda fase, orçamentada em 152,2 milhões de euros e com data de conclusão agendada para 2026, vão nascer a Marina do Jamor, um hotel, um espaço empresarial e novos centros de investigação e a Blue Business School.
  • Por fim, a terceira e última etapa custará apenas 30 milhões e vai passar por pequenos arranjos externos e acessibilidades, que deverão estar finalizados até 2030.

O investimento será, sobretudo, suportado por privados (219 milhões de euros). Os restantes 25% vão ser de financiamento público-privado (76 milhões de euros), enquanto ao Estado caberá garantir, diretamente, uma fatia de 2%, no total de cinco milhões, estimando-se uma receita anual de 6,8 milhões de euros.

A ideia do Governo, segundo foi explicado no evento, passa por criar um campus de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (ID&I) internacional de atividades ligadas ao mar, bem como "agregar, sob a temática do mar, vários organismos, serviços e instituições públicas, polos universitários, laboratórios de investigação, unidades âncora para desenvolvimento de novos modelos de relacionamento".

O projeto pretende ainda "criar uma zona embrião de 'startups', salas de reuniões, auditório e zona de exposições", apostando-se também "na reabilitação da Doca de Pedrouços e dos armazéns da Docapesca".

Apesar das construções previstas, o espaço da zona ribeirinha ocidental de Lisboa, garantiu a ministra do Mar Ana Paula Vitorino, “não é para construir torres”. O objetivo é criar, através também de concessões privadas e investimento, espaços para uso público e que beneficiem a vida e experiência de quem vive e visita as zonas incluídas no projeto.

O processo de avaliação de impacto ambiental do Ocean Campus foi lançado a 5 de junho passado e os resultados ainda não são públicos.

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