Investidores imobiliários continuam atentos ao mercado português, havendo formas de conseguir obter (ainda) vistos gold em Lisboa.
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Vistos gold em Lisboa
Lisbon Jasmim, um projeto que está a ser comercializado pela Athena Advisers Athena Advisers

O Programa Golden Visa (vistos gold) celebra em outubro dez anos de existência, tendo captado até à data “cerca de 5,6 mil milhões de investimento, só na compra de imóveis”, lembra David Moura George, diretor geral da Athena Advisers em Portugal. Certo é que este é também um programa polémico, tendo sofrido alterações este ano – a atribuição de Autorizações de Residência para Investimento (ARI) chegou ao fim no litoral e nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Mas será que é impossível conseguir obter um visto gold na capital? 

Segundo a consultora Athena Advisers, a reação do mercado às alterações à lei dos vistos gold começou a sentir-se no último trimestre de 2021, tendo a empresa registado um aumento na ordem dos 20% na procura por produtos comerciais em Lisboa e no Porto e de cerca de 25% por produtos em regiões de baixa densidade ainda elegíveis para o programa, como por exemplo Costa Vicentina, Melides, Comporta e ilhas.

De recordar que a aquisição de ativos comerciais, como por exemplo uma loja, um escritório ou um apartamento turístico, permite a obtenção de um visto, se a compra for feita por um valor superior a 500.000 euros.

Vistos gold em Portugal
Alfama Trigo, um projeto comercializado pela Athena Advisers Athena Advisers

Procura por lojas e escritórios em alta

“No setor comercial, os produtos mais procurados são lojas e escritórios com tickets de investimento entre 500.000 e 750.000 euros, preferencialmente com ocupantes de referência que ofereçam confiança e estabilidade, que propiciem um bom retorno financeiro e que tenham contratos de arrendamento de longa duração, entre os cinco e os 20 anos”, refere a consultora em comunicado, salientando que está a acompanhar clientes de várias nacionalidades. 

Já nas áreas de baixa densidade, “a compra de casa continua a dominar os investimentos para a obtenção de Golden Visa”, sendo que “os produtos com retorno são os mais requisitados, por se tratar de regiões que estão a crescer enquanto destino turístico”, explica a Athena Advisers.

Investimento imobiliário em Portugal
Lisboa Álvares Cabral, um projeto comercializado pela Athena Advisers Athena Advisers

Citado na nota, David Moura George lembra que o programa dos vistos gold não acabou, tendo sido apenas alterado e estando agora “a evoluir”. E a verdade, avisa, é que Portugal continua a na mira dos investidores imobiliários, tendo “boas oportunidades para oferecer em áreas cada vez mais diversificadas”.

“Os negócios chave-na-mão de pequena dimensão no setor comercial vão ganhar dinamismo, ao passo que regiões que até agora não eram valorizadas vão passar a sê-lo. A pandemia e o teletrabalho abriram caminho à descentralização, fixando pessoas em áreas que irão beneficiar de um progressivo desenvolvimento, desde que seja feito numa perspetiva de longo prazo e preservando a identidade das regiões. No entanto, existe uma grave carência de produtos imobiliários tradicionais disponíveis no interior e nas Ilhas, e esperamos que isso seja corrigido ainda este ano”, comenta. 

Uma solução chamada fundos de investimento

De acordo com a consultora, a constituição de fundos de investimento, de private equity, está também a ganhar força no mercado. Uma solução que permite “continuar a requerer o visto através da aquisição de imóveis residenciais em zonas com restrições, como Lisboa e Porto, embora o montante mínimo de investimento tenha subido de 350.000 para 500.000 euros no início de 2022”, recorda.

David Moura-George considera, a propósito deste veículo de investimento, que “houve um grande foco na garantia de investimentos em fundos antes de o valor mínimo ter aumentado no final de 2021 e a procura ter caído no início deste ano”. “O que estamos a assistir agora é que além dos investidores que estão dispostos a cumprir o novo mínimo de investimento de 500.000 euros, há outros que compram segundas casas, adicionando um investimento de 500.000 euros ao fundo, numa altura em que os imóveis residenciais em Lisboa já não são elegíveis para o programa”, conclui.

Golden Visa em Portugal
Lisboa Salitre, um projeto que está a ser comercializado pela Athena Advisers Athena Advisers
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1 Comentários:

lebotanique
16 Fevereiro 2022, 17:43

Continua a pura financeirização do mercado imobiliário, expulsando a classe média do centro e das zonas limítrofes de melhor qualidade para agradar ao capital estrangeiro, que muitas vezes irá manter o imóvel vazio, como se de uma conta poupança se tratasse. Assistimos impávidos e serenos a uma gentrificação lenta e imparável, perante uma boçal alegria dos proprietários que entraram antes da loucura e especulam alegremente, orgulhosos da sua chico-espertice, como aquele que liberta um flato dentro dos lençóis e se delicia com o cheiro do seu belo e orgulhoso feito. O mercado imobiliário precisa urgentemente de regulação, pois é hoje perfeitamente abjecto e imoral. Atrai toda uma corja de gente sem escrúpulos como agentes imobiliários, pedintes sem espinha dorsal, moços das mijas dos estrangeiros. Portugal sempre tratou melhor o estrangeiro do que o nacional, mas é hoje um País claramente sem futuro para gente honesta.

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