
Tornar as casas mais sustentáveis em Portugal está a cada vez a sair mais do plano teórico para ser uma realidade de negócio. Depois das autoridades internacionais e do Governo alertarem para a necessidade de dar resposta a este desafio, e lançarem medidas de apoio, os privados têm vindo a dar sinais de que a energia renovável faz parte da estratégia para tornar os edifícios mais eficientes. Prova disso mesmo é a mais recente aliança do mercado, anunciada esta segunda-feira, dia 06 de junho de 2022: a Energia Unida, participada da Greenvolt, e o grupo de construção civil Casais assinaram um acordo para a criação e a gestão de comunidades de energia para projetos imobiliários em Portugal.
Comunidades de energia: preços mais acessíveis e energia amiga do ambiente
O objetivo é implementar, já este ano, pelo menos duas comunidades de energia em projetos imobiliários. Além de permitirem a partilha de energia entre produtores e consumidores até um raio de, em média, quatro quilómetros, estas comunidades de energia resultam numa importante redução do custo da energia para todos, com uma poupança que varia entre os 20% e os 30%. Ou seja, projetos em que as famílias e empresas consomem energia amiga do ambiente a um preço mais acessível.
A parceria, explicam as duas empresas em comunicado, resulta "da vontade comum de contribuir para a aceleração da transição energética e para a sustentabilidade do setor imobiliário que, atualmente, é simultaneamente um dos principais setores responsáveis por emissões de CO2 e que mais é impactado com a crise energética e os elevados preços da eletricidade".
Instalação de painéis solares em edifícios residenciais, comerciais e públicos
Segundo José Queirós de Almeida, CEO da Energia Unida, "esta parceria vai contribuir para acelerar os benefícios da transição energética", no âmbito do pacote energético REpowerEU, que estabelece o objetivo de chegar a 740GW de solar até 2030, bem como a obrigação de instalação de painéis solares em telhados de edifícios comerciais, públicos e nos residenciais".
Por sua vez, José Mário da Cunha Fernandes, administrador do Grupo Casais, salienta a vontade do grupo de construir "edifícios saudáveis", com "racionalidade económica". Criada em 1958, o esta construtora está hoje presente noutros 16 países, além de Portugal. Fechou 2021 com um volume de negócios de 527 milhões de euros, sendo a operação internacional responsável por 293 milhões.
A Energia Unida foi lançada pela Greenvolt no início de 2022 e tem em implementação 10 projetos, correspondendo a cerca de 3.5MW, de norte a sul do país, em diferentes setores como indústria, serviços, agroalimentar e turismo. Prevê instalar mais de 10 MWp este ano, com um investimento associado de cerca de 7 milhões de euros. Esta capacidade instalada corresponde à produção de 15.691 MWh/ano, energia suficiente para fornecer famílias (5.230) e evitar a emissão de CO2 (4.164 toneladas) para a atmosfera.
Para poder comentar deves entrar na tua conta