Clientes norte-americanos representam 71% das vendas da Athena Advisers em Portugal, bem mais que no ano passado (30%).
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Portugal na mira dos investidores imobiliários norte-americanos
Athena Advisers

“O sonho americano agora passa por comprar casa em Portugal”. Este é o título de um artigo que publicámos em junho, sendo esta uma tendência que se mantém atual. Isso mesmo mostram os dados mais recentes da Athena Advisers – os clientes norte-americanos representam 71% das suas vendas em Portugal. “A atratividade de Portugal para os norte-americanos está em alta e o crescente número de famílias e cidadãos nacionais dos EUA que escolhem o nosso país para viver está a fazer aumentar a procura por casa em território nacional, nomeadamente na região de Lisboa”, refere a empresa em comunicado. 

Segundo a consultora, de 2021 para este ano, as vendas para cidadãos dos EUA cresceram mais de 40%, com 43% das casas a serem fechadas por um valor superior a um milhão de euros. “A crescente valorização do dólar face ao euro está a intensificar a procura de casas por parte destes compradores, à medida que o preço do imobiliário português fica ainda mais apelativo”, indica.  

A Athena Advisers adianta, ainda, que no final de 2021 os compradores de imóveis oriundos dos EUA representaram 30% das transações realizadas pela consultora, um cenário que ganhou força em 2022: o ano ainda não terminou e a “percentagem de vendas efetuadas para clientes desta nacionalidade subiu para os 71%, com a particularidade de que 100% das transações concretizadas têm como objetivo a relocalização”, lê-se na nota. 

Portugal está a atrair compradores de casas oriundos dos EUA
Photo by Letícia Pelissari on Unsplash

Norte-americanos têm ‘budgets’ elevados para comprar casas luxuosas 

Relativamente ao valor das transações, em 2021, 36% das unidades vendidas a compradores dos EUA foram fechadas por um preço superior a um milhão de euros ao passo que este ano 43% das propriedades transacionadas superaram esse valor. 

“[Estes dados] poderão refletir o aumento do preço das casas, mas sobretudo revelam uma predisposição destes investidores para adquirir imóveis de valor cada vez mais elevado, já que têm ‘budgets’ que facilmente chegam aos cinco milhões de euros”, refere David Moura-George, diretor geral da Athena Advisers Portugal.

O responsável acrescenta que “os clientes norte-americanos procuram essencialmente propriedades familiares de grandes dimensões, de tipologia T4 e T5, casas modernas, com amplitude, tetos altos, com zonas exteriores espaçosas e equipadas com domótica”. Trata-se de “um nicho de mercado com uma oferta extremamente reduzida em Lisboa”, nota. 

Apoiando-se em dados do SEF, a consultora lembra que os norte-americanos foram, entre os compradores estrangeiros, os que mais investiram em imobiliário em Portugal no primeiro trimestre do ano (25,1 milhões de euros), triplicando o valor face ao período homólogo.

Norte-americanos investem em imobiliário em Portugal
Palacete Benformoso, na zona do Intendente, em Lisboa, está à venda Athena Advisers

Valorização do dólar face ao euro torna Portugal ainda mais atrativo

A juntar aos atrativos que Portugal oferece – segurança, clima, estilo de vida, etc. – a Athena Advisers junta um outro fator: a atual relação entre o euro e o dólar, que está a assumir-se como uma excelente oportunidade para estes compradores, tornando o preço do imobiliário português ainda mais acessível e atrativo.

“A primeira reação é encarar este fenómeno, que acontece pela primeira vez em 20 anos, como negativo, devido à desvalorização do euro face ao dólar. Porém, no contexto atual de crescente interesse dos norte-americanos pela aquisição de casa em Portugal, devemos entendê-lo também como um estímulo ao investimento destes compradores no nosso país, que por este motivo têm vindo a intensificar a procura por produtos nacionais, já que essa relação entre moedas lhes confere maior poder de compra no nosso país”, explica David Moura-George. 

Um exemplo dado pela consultora é o Palacete Benformoso, na zona do Intendente, em Lisboa, que está ser vendido por 2,7 milhões de euros. Se tivesse sido adquirido no início de fevereiro, o comprador teria desembolsado 3.092,580 dólares, mas se fosse adquirido à data de hoje (12 de outubro) pagaria 2.621,803 dólares, uma baixa na ordem dos 15%. 

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