
Foi mesmo a fechar o ano que a venda do “enguiçado” Projeto Crown ficou consumada. Aquele que foi o maior negócio imobiliário de 2022 ficou selado por 850 milhões de euros, tendo a Davidson Kempner European Partners comprado um vasto portfólio de ativos que era detido, entre outros, pela ECS. Outros ativos foram, no entanto, retirados da carteira transacionada, tendo ficado nas mãos das entidades vendedoras. Um deles, o empreendimento do Morgado do Reguengo, no Algarve, foi repartido pela CGD, BCP, Novo Banco e Santander, um ativo avaliado em 140 milhões de euros.
Segundo o Jornal Económico, alguns dos ativos mais complexos que integravam inicialmente o portfólio foram retirados do mesmo, não tendo sido, por isso, contemplados no portfólio de ativos adquiridos pela Davidson Kempner European Partners. Ativos esses, imobiliários e de turismo, que foram repartidos pelos bancos em proporção das unidades de participação que detinham nos fundos geridos pela ECS Capital.
Com que ativos ficaram os bancos? Estes são alguns deles, de acordo com a publicação:
- A CGD herdou o Colombos Resort, em Porto Santo, na Madeira, que estava no fundo FLIT. Ao todo, trata-se de um ativo turístico que tem um valor bruto (GAV) que ronda os 53 milhões de euros;
- O BCP ficou com a Quinta dos Clérigos, em Tires (Cascais), que também herdou do fundo FLIT. Trata-se de um ativo que tem um valor bruto de 24,03 milhões de euros (dados de dezembro de 2020). Já o capital investido estimado (líquido de desinvestimentos) soma 43,2 milhões;
- Novo Banco e o Santander ficaram com o Montargil Hotel & Villas, no Alentejo, sendo que o Santander tem uma participação de apenas 15,8%. Um ativo que está a funcionar e que tem um valor patrimonial bruto de 25,75 milhões de euros, sendo que o capital investido estimado (líquido de desinvestimentos) é de 28,7 milhões e a dívida bancária é de quase 900 mil euros;
- O empreendimento do Morgado do Reguengo, no Algarve, foi repartido pela CGD, BCP, Novobanco e Santander. Está localizado entre Portimão e a Serra de Monchique e consiste num grupo de hotéis NAU, imóveis turísticos, terrenos e um campo de golfe com um valor patrimonial bruto de quase 140 milhões. Os bancos terão agora de gerir esses ativos de forma a rentabilizá-los.
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