O setor industrial e logístico continua a dar cartas em Portugal e tem mesmo vindo a destacar-se como um segmento “estrela” do imobiliário. Em 2024, o nível de ‘take-up’ da área situou-se em 443.000 metros quadrados (m2), representando um crescimento de 31% quando comparado com a absorção registada em 2023 (de 337.000 m2).
O número foi avançado por Nuno Torcato, responsável pela área Industrial e Logística da CBRE Portugal, no âmbito da conferência ‘Industrial and Logistic Transformation Portugal: the next stage’, organizada pela consultora em parceria com a GSE (operador de construção do setor imobiliário comercial) e a PLMJ (sociedade de Advogados), no passado dia 7 de novembro.
O responsável adiantou que a renda média da logística em Lisboa é de 5,30 euros por m2 e no Porto de 5,40 euros por m2, devendo-se o aumento recente das rendas “à falta de oferta sentida neste setor”. Outro dos indicadores apresentados foi a disponibilidade que, em Lisboa se situa nos 2.68% do stock total e no Porto encontra-se abaixo de 1%.
“Estas percentagens deixam bem evidente a falta de produto disponível para ocupar, sobretudo quando as comparamos com a disponibilidade média de Madrid que ronda os 11% ou Barcelona que se aproxima dos 5%”, salienta a consultora, em comunicado.
No evento, Andreia Mousinho, Sócia Coordenadora da Área de Urbanismo na PLMJ, destacou como um dos principais desafios encontrados nesta área a natureza obsoleta do parque industrial e logístico, bem como a falta de regulamentação/enquadramento para as novas soluções de indústria e de logística, como é o caso dos novos usos (exemplo: “self storage”).
Já Tiago Martins Leite, Pre-Development Director da GSE, partilhou diversos insights nomeadamente ligados à grande transformação que o mercado logístico atravessa atualmente em Portugal: o património construído datado; o enquadramento legal pesado, moroso e pouco ágil. Apesar disso, segundo o responsável, os investidores continuam a demonstrar muito interesse pelo setor, e procuram tendencialmente projetos diferenciados, pela qualidade e pela introdução de medidas e soluções cada vez mais sustentáveis
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