
O mercado imobiliário comercial em Portugal deverá registar um crescimento de 8% em 2025, alcançando um volume total de investimento estimado em 2.560 milhões de euros. A previsão é da consultora Cushman & Wakefield (C&W), que divulgou o relatório Marketbeat Portugal - Primavera 2025, antecipando uma tendência de recuperação sustentada para o setor.
Após um 2024 marcado por uma forte presença do capital estrangeiro, que representou mais de 70% do total investido, as perspetivas para 2025 indicam a manutenção deste fluxo financeiro, sobretudo oriundo da Europa, com destaque para França e Espanha.
O diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, Eric van Leuven, destaca que “a redução gradual das taxas de juro e a estabilização macroeconómica favorecerão a retoma da atividade transacional”, tornando o país ainda mais atrativo para investidores internacionais.
O retalho liderou os investimentos em 2024, representando metade do volume total transacionado, seguido pelos setores da hotelaria (21%) e dos escritórios (14%). Os chamados ativos alternativos, como as residências para estudantes, consolidaram-se no mercado e representaram 11% do investimento total.
Sustentabilidade e ESG: o novo imperativo do setor
A crescente importância dos critérios de Environmental, Social and Governance (ESG) é uma das grandes tendências para 2025. A preocupação com a sustentabilidade já se reflete na atribuição de financiamentos diferenciados pela banca, com melhores condições para projetos alinhados com práticas verdes. Além disso, o número de certificações ambientais, como BREEAM e LEED, quase triplicou em 2024, impulsionado pelos setores de retalho e escritórios.
“O setor imobiliário encontra-se no epicentro de uma profunda transformação, impulsionada por rigorosas exigências regulatórias e pela crescente procura por edifícios sustentáveis e alinhados com as práticas ESG. A integração desses critérios nas decisões de investimento tornou-se um imperativo estratégico para 2025, com fundos de investimento ESG a ganhar destaque e a atrair capital significativo. Estas tendências refletem uma mudança estrutural no setor, onde a sustentabilidade não é mais uma opção, mas um requisito essencial para a competitividade e o sucesso económico a médio-longo prazo”, sublinha Eric van Leuven.
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