Em abril de 2025 havia 321 fundos de investimento imobiliário ativos no país, responsáveis pela gestão de 17.852 milhões de euros.
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Fundos de investimento imobiliário
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Cátia Colaço
Cátia Colaço (Colaborador do idealista news)

A N2AM – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Coletivo (SGOIC) apresentou as conclusões do estudo anual “Organismos de Investimento Alternativo Imobiliário – Retrato da Atualidade em Portugal”, que revela a consolidação do forte crescimento do setor em 2025. O estudo, que assinala a sua segunda edição, analisa a dinâmica da indústria nacional de fundos de investimento imobiliário, abordando os seus principais indicadores económicos.

De acordo com o estudo da empresa portuguesa especializada na gestão de fundos de investimento imobiliário, foi registado em abril um aumento homólogo de 19% no número de veículos ativos e de 21% no valor gerido. Desta forma, havia 321 fundos de investimento imobiliário ativos em Portugal em abril, sendo responsáveis pela gestão de 17.852 milhões de euros, permitindo concluir que o mercado está a sustentar taxas de crescimento homólogo de 20% e que já ultrapassou a dimensão recorde que tinha sido registado no final do ano passado.

O estudo revela ainda que foram contabilizadas 67 sociedades gestoras em atividade, um crescimento face aos últimos dez anos, período no qual o número de entidades gestora deste tipo de veículo se situou entre os 50 e os 60. 

Mercado a crescer desde 2022

O mercado nacional de fundos de investimento imobiliário tem vindo a crescer desde 2022, ano que inverteu o ciclo de estabilização observado desde o período pós-troika, uma vez que entre 2026 e 2021 a indústria manteve uma dimensão com padrões anuais de cerca de 200 fundos ativos e um valor sob gestão de aproximadamente 10.500 milhões de euros. Em 2022 verificaram-se aumentos de 12% no número de fundos e de 10% no montante gerido, mas foi apenas em 2023 que se estabeleceu uma nova marca histórica, com um aumento de 21% no número de fundos ativos e de 19% no montante sob gestão, posicionando o mercado nos 268 fundos registados e 14.518 milhões de euros sob gestão.

No ano seguinte, em 2024, a indústria expande-se novamente, apresentando taxas de crescimento de 16% no número de fundos registados e de 19% no montante global sob gestão, o que se refletiu na marca inédita de 311 fundos e 17.262 milhões de euros sob gestão.

"A indústria dos fundos de investimento imobiliário tem demonstrado uma grande capacidade de recuperação nos últimos anos, após um período de estagnação no contexto da crise financeira e da pandemia, que naturalmente travou a atividade de investimento imobiliário"
Nuno Marques, cofundador e administrador da N2AM

Em comunicado, Nuno Marques, cofundador e administrador da N2AM, comenta que “a indústria dos fundos de investimento imobiliário tem demonstrado uma grande capacidade de recuperação nos últimos anos, após um período de estagnação no contexto da crise financeira e da pandemia, que naturalmente travou a atividade de investimento imobiliário".

"Desde 2022 que estamos a crescer e 2025 mostra que essa trajetória se mantém, com a perspetiva muito positiva de continuarmos a ter um enorme potencial de expansão, especialmente no atual momento de mercado, em que é necessário criar mais oferta e em que os fundos podem ser um motor importante no desenvolvimento de projetos vocacionados para a habitação”, acrescenta.

Carteiras têm sobretudo imóveis concluídos e pouca habitação

“Atualmente, a esmagadora maioria das carteiras imobiliárias dos fundos continua a referir-se a imóveis concluídos e, destes, a habitação continua a ser residual. Isto significa que os projetos de construção e promoção imobiliária têm ainda muito espaço para crescer nas carteiras dos fundos, especialmente os de habitação para arrendamento”, conclui o responsável da sociedade gestora de organismos de investimento coletivo.

O ano de 2024 confirmou a aposta no investimento em desenvolvimento imobiliário, incluindo projetos de construção e terrenos, embora a carteira de imóveis de rendimento já concluídos represente 76% do património imobiliário detido pelos fundos. 

Em 2023 houve um aumento de 46% no valor aplicado neste tipo de ativo, o que levou o segmento a representar 26% do valor total dos imóveis, registando-se um novo crescimento de 15% em 2024, com esta tipologia a manter uma fatia de 24% dos imóveis geridos. Cerca de 43% dos imóveis concluídos correspondem a ativos de serviços, 32% a espaços comerciais e 6% a habitação. Os segmentos industrial e logístico correspondem a 4% e 2%, respetivamente.

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