Maior estudo científico de sempre sobre felicidade deixa pistas sobre a pergunta de "milhões". Dinheiro e sucesso não são a chave.
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A vida pode resumir-se numa eterna busca pela felicidade. Nela cabem muitas formas de ser e de estar. Ser feliz não é o mesmo para toda a gente. Mas também não é possível (nem saudável) ser feliz todos os dias, a todo o momento. O equilíbrio está, como em tudo, na dose certa. Mas, afinal, de que é que se alimenta a felicidade? O que é que nos faz realmente felizes?

Está prestes a chegar a Portugal o livro “The Good Life”, ou uma “Boa Vida”, publicado nos EUA no início do ano, assinado pelos investigadores Robert Waldinger e Marc Schulz, que procura dar resposta a estas perguntas, com lições daquele que é o maior estudo científico de sempre sobre a felicidade.

Tal como se pode ler na sinopse do livro, em 1938, na cidade de Boston, um grupo de investigadores reuniu 456 rapazes de famílias desfavorecidas, todos com 14 anos, para tentar perceber por que razão estavam a resistir tão bem às contrariedades da vida; ao mesmo tempo, um segundo grupo decidiu estudar 268 alunos de Harvard - ou seja, pessoas que, pela sua educação e privilégio, prometiam tornar-se bem-sucedidas.

Os dois grupos acabaram por fundir-se no hoje famoso Estudo de Harvard sobre o Desenvolvimento Adulto. Os participantes originais (bem como os seus filhos e netos) foram acompanhados passo a passo, ao longo de 84 anos, e as suas histórias foram tratadas, analisadas e cruzadas com outros estudos científicos, sempre à procura de uma resposta: qual é a chave para “Uma Boa Vida”?

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Foto de Helena Lopes no Pexels

Qual é o fator número um da felicidade?

Analisando dados de oito décadas, segundo o El País, a conclusão dos investigadores é que o que comprovadamente traz felicidade duradoura não é dinheiro ou sucesso profissional. Nem o exercício nem a dieta, embora certamente contribuam para o bem-estar.

O fator número um da felicidade, de acordo com o estudo, é ter bons relacionamentos. Pessoas com uma conexão mais íntima com a família, amigos e comunidade são mais felizes e também têm uma melhor saúde. As pessoas que se mostraram mais felizes ao longo do tempo foram as que cultivaram mais amigos “íntimos”, isto é, pessoas com quem partilhamos a maioria das nossas alegrias e tristezas.

De facto, frisa o jornal, durante a adolescência e início da juventude tendemos a cuidar muito bem de nossa “tribo” de amigos íntimos. Esta pode ser uma das razões pelas quais olhamos para essa época com nostalgia. À medida que assumimos responsabilidades adultas, as amizades são relegadas a um segundo ou terceiro nível. O trabalho e outros compromissos acabam por tomar conta de todas as lacunas, e aí surge a desculpa de que “não há tempo” para uma atividade tão vital.

Segundo os autores de “The Good Life”, “os amigos podem resgatar-nos quando estamos deprimidos, fornecer-nos uma conexão importante com nossa própria história e, talvez o mais importante de tudo, fazer-nos rir. Às vezes não há nada tão benéfico para a saúde quanto divertir-se”.

Para Waldinger e Schulz, as conexões humanas de qualidade têm sido fundamentais para a evolução e sobrevivência da nossa espécie.

A Finlândia, por exemplo, é o país mais feliz do mundo e vai oferecer um curso grátis a 10 pessoas que queiram descobrir a sua "receita" para o bem-estar.

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