
O número de pessoas desempregadas no final de agosto baixou 14% face ao mesmo mês do ano passado. Segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de agosto, o desemprego relativo a pessoas sem emprego “imediatamente disponíveis para trabalhar e com capacidade de trabalho” afetava 536.581 indivíduos, menos 87.649 que há um ano.
No que diz respeito a julho, o número total de desempregados registados no IEFP aumentou 0,7% (mais 3.883 inscritos).
Segundo a Lusa, o documento do IEFP, designado “Informação Mensal do Mercado de Emprego”, é de natureza estatística, pelo que não explica as variações ocorridas.
O IEFP refere, no entanto, que a diminuição do número de inscritos nos centros de emprego foi generalizada nos setores da economia: primário (5,5%), secundário (20,2%) e terciário (13,2%). “As descidas percentuais mais acentuadas verificaram-se na ‘fabricação de outros produtos minerais não metálicos’ (24,8%), ‘construção’ (32,2%), ‘transportes e armazenagem’ (23,1%) e ‘fabrico de equipamento informático, elétrico, máquinas e equipamento (22,6%)”.
CGTP fala em “problema de fundo”
Confrontado com estes dados, o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Arménio Carlos, considerou que os números do desemprego “confirmam um problema de fundo”, que é o facto de o desemprego estrutural ser “muito elevado”. “Estas pequenas variações confirmam um problema de fundo: o desemprego estrutural é muito elevado independentemente da emigração e do número de pessoas que deixa de constar dos cadernos do IEFP como desempregados”, disse, citado pela Lusa.
Para o dirigente da CGPT, trata-se de “um problema que não se vislumbra que seja resolvido com esta política de baixos salários e emprego desqualificado”. “[É preciso] uma alteração profunda das políticas para o crescimento e que permitam outra distribuição da riqueza”, adiantou.
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