O número de trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional – subiu para 557 euros em janeiro – aumentou 13,9% em março face ao mesmo mês do ano passado. Ou seja, há 730 mil pessoas a receber o salário mínimo, mais 88,9 mil que no período homólogo. As contas são do gabinete de estratégia e planeamento do Ministério do Trabalho e constam do mais recente relatório do grupo de trabalho apresentado esta quinta-feira aos parceiros sociais.
Segundo o relatório, em março de 2017, cerca de 23% dos inscritos na segurança social estavam abrangidos pelo salário mínimo, pouco mais de 2% que no mesmo período do ano passado. Ainda assim, o crescimento do volume de trabalhadores resultante da atualização do salário mínimo para 557 euros em janeiro foi menor do impacto alcançado com a atualização de 2016 ou de 2014.
O gabinete de estratégia e planeamento do ministério de Vieira da Silva concluiu ainda que o aumento do salário mínimo é um mecanismo importante no combate à pobreza e à exclusão social, chegando mesmo a verificar uma ligeira melhoria das assimetrias salariais entre os vencimentos mais baixos, a media salarial e o topo da distribuição salarial, escreve a TSF.
Patrões e sindicatos sem consenso
Entretanto, os patrões dizem que agora tem de valer a produtividade na avaliação dos trabalhadores. Já os sindicatos falam de um modelo de baixos salários.
Em declarações à saída da reunião da Concertação Social, o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal disse, em relação ao referido relatório, que estão “a avaliar as implicações (...)”. Face aos números apresentados, António Saraiva referiu, citado pela TVI24, que há a “necessidade de avaliações futuras com base na produtividade”.
Já Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, disse que o relatório prova que “há condições para que o salário mínimo possa evoluir ainda de forma mais significativa”. Segundo o dirigente sindical, “o modelo de baixos salários e trabalho precário continuar a constituir a referência da economia nacional”. “E isso não pode ser. 40% do emprego que há é com salário mínimo nacional”, acrescentou.
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