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Há mais pessoas a deixar o emprego de forma voluntária - número duplicou num ano
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O número de pessoas a deixar o emprego de forma voluntária duplicou em apenas um ano. De acordo com o estudo Total Compensation Portugal 2019, realizado pela Mercer, que analisou 111.692 postos de trabalho em 430 empresas no mercado português, as saídas voluntárias de colaboradores subiram para 10%, em média, em 2019, o dobro relativamente à média apurada em 2018 (5%), sugerindo uma maior movimentação e dinâmica do mercado laboral.

Já o número de empresas que prevê contratar novos colaboradores sofreu uma ligeira quebra em comparação com o ano anterior. A percentagem caiu de 53% em 2018 para 44% em 2019. A previsão para 2020 aponta para um ligeiro acréscimo, com 46% de empresas a demonstrarem intenção de recrutar mais pessoas. Apesar destas ligeiras variações anuais na intenção de recrutar, “a tendência de recrutamento mantém-se elevada”, segundo o relatório da Mercer.  

Tiago Borges, Rewards Leader da Mercer Portugal, refere que, apesar do previsto abrandamento do crescimento económico na zona euro, Portugal deverá “crescer acima dos seus pares, pelo que se pode considerar que o país atravessa um período de convergência face à Zona Euro”. Esse crescimento terá, acrescenta, “necessariamente reflexos ao nível do emprego e dos salários, pelo que é de prever que, apesar de um contexto internacional menos favorável, continue a verificar-se uma pressão sobre os salários da generalidade das funções e níveis funcionais em Portugal”.    

Revisão de salários em março

De acordo com o estudo, 85% das empresas realizam a sua revisão salarial uma vez por ano. Desta percentagem, 32% escolhe o mês de março para a revisão, 22% opta pelo mês de abril e 19% por janeiro. No período das revisões salariais, a percentagem de aumento atribuída aos colaboradores é determinada por um conjunto de fatores que influenciam diretamente o valor disponibilizado para esse fim.

Surgem como fatores preponderantes na atribuição de aumentos os resultados individuais do colaborador (85%), o posicionamento na grelha salarial (64%) e os resultados da empresa (58%). Outros fatores que influenciam os aumentos salariais referem-se a "diretrizes da casa-mãe, equidade interna, orçamento aprovado e acordos coletivos de trabalho". A antiguidade e o nível funcional são os fatores que menos influenciam.

Em 2019, os aumentos salariais situam-se em média, entre 1,97% e 2,32%, variando ligeiramente em função dos níveis de responsabilidade.

Principais benefícios atribuídos pelas empresas 

Cerca de 46% das empresas participantes no estudo concedem aos seus trabalhadores um complemento de subsídio de doença, mais 5% face a 2018. Para a maioria das empresas que concedem este benefício, o valor pago pela empresa não ultrapassa os 35% do salário base do colaborador. Tipicamente as empresas que concedem este benefício não fazem discriminação por antiguidade ou por outro critério, atribuindo-o de igual modo a todos os colaboradores (76%). Das empresas participantes no estudo, 66% (mais 5% em relação ao ano de 2018) assegura o pagamento dos três primeiros dias de baixa não comparticipados pela Segurança Social.

A maioria das empresas participantes no estudo (92%) também concede um plano médico aos seus colaboradores. O seguro de saúde para os colaboradores é muito frequentemente extensível aos familiares (registado em 69% dos inquiridos). Na maioria das empresas, o custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa (80%).

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