
A escolha do meio de transporte para chegar ao trabalho é cada vez mais importante, numa altura em que 34,1% da população empregada portuguesa trabalha num concelho diferente daquele onde reside, segundo dados dos Censos de 2021 divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nos últimos dez anos, a proporção de população que trabalha num município diferente daquele onde vive aumentou 1,3 pontos percentuais, de 32,8% para 34,1%.
"Em Portugal, 34,1% da população empregada trabalhava num município distinto do de residência, 26,2% trabalhava na freguesia de residência, 27,4% em outra freguesia do mesmo município, enquanto 5% trabalhava a partir de casa. Ainda 1,7% trabalhava no estrangeiro e 5,4% não tinha local de trabalho fixo", lê-se no estudo “O que nos dizem os Censos 2021 sobre dinâmicas territoriais”, que apresenta um retrato do território nacional, explorando a ocupação do território; a mobilidade territorial através das alterações de residência e a organização funcional dos territórios à luz das deslocações casa-trabalho.
Em 40 municípios, localizados de forma dispersa no país, o número de empregados era superior à população residente empregada, destacando-se com os valores mais elevados, os municípios de Lisboa (2,1%) e do Porto (1,9%). Já os municípios de Moita, Seixal e Odivelas apresentavam um nível de emprego correspondente a menos de metade da sua população residente empregada.
O carro continua a ser o principal meio de transporte mais utilizado em Portugal para as deslocações casa-trabalho: mais de metade da população empregada (72,6%) usa o automóvel ligeiro para se movimentar. Segundo os dados dos Censos de 2021 divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), ir a pé para o trabalho é cada vez menos frequente, sendo a escolha de 12,7% dos portugueses em 2021. Os transportes coletivos seguem a mesma tendência – a utilização de comboio, autocarro, metro ou barco passou de 15,6% para 12,2% numa década.

Analisando a duração média das deslocações casa-trabalho por principal meio de transporte utilizado, verificava-se que, em 2021, a população residente empregada que utilizava o automóvel ligeiro no trajeto casa-local de emprego demorava em média 18,8 minutos. Já o tempo médio de deslocação casa-trabalho da população residente empregada que utilizava o transporte coletivo como principal meio de transporte era 43,5 minutos.
Dados divulgados comprometem a ambição do Governo de aumentar em 35% o número de pessoas a caminhar pelo seu próprio pé para o emprego ou para a escola até 2030. A meta está incluída na Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa Pedonal 2020 -2030 (ENMAP), através da qual o Executivo pretende tornar os ambientes urbanos mais sustentáveis para as famílias.
População concentra-se cada vez mais no litoral
Os dados dos Censos de 2021 evidenciam uma maior concentração populacional no litoral de Portugal continental, na faixa entre Setúbal e Viana do Castelo e no Algarve, havendo igualmente uma densidade maior nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Em Lisboa, de resto, houve um reforço da litoralização nas últimas duas décadas.
Em 2021, a população residente em Portugal era de 10.343.066 habitantes, sendo o interior do continente e a faixa litoral da região do Alentejo aquelas que apresentavam densidades populacionais mais reduzidas.
No interior das regiões Norte e Centro os Censos é visível um "povoamento disperso", enquanto no Alentejo se observa um sistema de povoamento "fortemente concentrado", que salienta os aglomerados populacionais relativamente ao restante território.
A ocupação do território evidencia também uma oposição norte-sul, com o rio Tejo a manter-se como elemento diferenciador, e onde a região do Alentejo se evidencia, com vastas áreas despovoadas.
Os cinco municípios com maiores densidades populacionais em 2021 eram a Amadora, seguida do Porto, Odivelas, Lisboa e Oeiras.
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