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IRS mais simples para senhorios com pequenos rendimentos
GTRES

Os senhorios com rendimentos mais baixos que queiram englobar as rendas no IRS para escapar à taxa especial de 28% devem enfrentar regras mais simples a partir do próximo ano. Em causa está uma proposta da Comissão para a Reforma do IRS, que sugere ao Governo que remova as armadilhas do englobamento e das declarações bancárias que este ano obrigaram muitos senhorios a pagar imposto acima do necessário. 

De acordo com o Jornal de Negócios, são duas as propostas de alteração com impacto direto na situação dos senhorios com rendimentos mais modestos. Por um lado, quem quiser pagar IRS de acordo com o método do englobamento (como vigorou até 2012) deixa de ser obrigado a englobar todos os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias especiais, tendo apenas de englobar os que fazem parte da mesma categoria. Por exemplo, um contribuinte com pensões, três depósitos e duas rendas, se quiser optar pelo englobamento pode fazê-lo apenas relativamente às duas rendas ou só relativamente aos três depósitos e manter o resto sujeito à taxa de 28%.  

Por outro lado, passam a estar facilitadas as regras para a emissão da declaração bancária na qual se informa sobre os juros de depósitos a prazo e à ordem. Os fiscalistas mantêm a obrigatoriedade de os contribuintes pedirem esta declaração nos bancos onde têm depósitos, mas eliminam dois requisitos adicionais que até aqui estavam em vigor: que essa declaração bancária seja obrigatoriamente pedida até ao fim de janeiro de cada ano e que seja expressamente entregue no serviço de finanças.  

Estas propostas foram formuladas no contexto do anteprojeto para a reforma do IRS, que foi conhecido na sexta-feira. A serem aceites pelo Governo, removem os obstáculos que desesperaram os pequenos senhorios que se estavam a ver impedidos de englobar as rendas no seu IRS.  

Um problema que nasceu em 2013

O problema surgiu com o Orçamento do Estado para 2013, quando o Governo decidiu que as rendas passariam a pagar uma taxa especial de 28%, uma medida que favorece quem tem rendimentos médios e altos, mas prejudica quem paga uma taxa inferior, como os pequenos senhorios. Escapar a esta taxa especial de 28% é possível, pedindo o englobamento, mas este requerimento foi muito dificultado pelas exigências das Finanças.  

Este ano, para englobar as rendas os senhorios tiveram de englobar todos os outros rendimentos sujeitos a taxas especiais ou liberatórias (mais-valias, juros de depósitos e outras aplicações financeiras). No caso particular dos depósitos bancários, precisaram de se munir de uma declaração do banco que tinha de ter sido obrigatoriamente pedida antes de 31 de janeiro. Com uma declaração fora dessa data, as Finanças travavam o englobamento.

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