Concursos com preços-base irrealistas são um problema, avisa a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).
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Subida dos custos na construção põe em risco execução do PRR
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A subida dos preços dos materiais de construção e dos custos da mão-de-obra, assim como os concursos lançados com preços-base “irrealistas”, são fatores que podem vir a pôr em causa a execução de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nos prazos previstos. O aviso é da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

“O aumento dos custos dos materiais e da mão-de-obra vão ter repercussões diretas e indiretas nos concursos. Nós não temos preços-base de referência, o que propicia a entrada de empresas estrangeiras, e de propostas muito baixas. O PRR vai ser a somar para os espanhóis e não para nós”, diz o presidente da AICCOPN, Manuel Reis Campos, em declarações ao jornal Público.

As recentes alterações ao Código dos Contratos Públicos (CCP), tal como explica a publicação, foram feitas para agilizar a execução dos fundos, mas não mexeu nas fórmulas para definição do preço-base que vai definir o preço de adjudicação de cada empreitada a concurso, o que quer dizer que continua a dar-se prevalência ao critério preço.

Assim, a AICCOPN apela a que as empresas e donos de obra definam à partida centros de arbitragem para evitar conflitos, mas também ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC) que esteja no terreno a acompanhar a situação.

Caso contrário, a capacidade de tirar partido dos recursos comunitários “para reativar a economia, criar emprego e concretizar os investimentos estruturantes que estão identificados como necessários” acabará por sair comprometida, segundo Manuel Reis Campos.

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1 Comentários:

Euclides
8 Setembro 2021, 16:01

O artigo revela algo de surpreendente; os preços da construção estão mais altos do que em Espanha e o presidente da AICCOPN insinua que o Estado deve proteger essa mamata que presidiu anos de elevados ganhos destas empresas no mercado português com prejuízo para as famílias que nunca puderam acompanhar essa subida de preços e as autarquias impedidas de construir ou renovar os seus edifício. Somos reféns dessa cartelização por quanto a habitação é uma necessidade.
É assim que se pratica o princípio da livre-concorrência em Portugal. E pedem estas empresas menos Estado...
É preciso ter falta de vergonha!

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