Secretária de Estado da Habitação acredita que diploma aprovado é a “solução” para responder à subida dos custos da construção.
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Revisão dos preços das obras públicas
Foto de Rodolfo Quirós en Pexels

É oficial: o Conselho de Ministros aprovou, em redação final, o decreto-lei que prevê a revisão de preços das obras públicas, uma medida que vem dar uma resposta temporária ao aumento “excecional” dos custos de materiais de construção e de mão de obra. E Marina Gonçalves, secretária de Estado da Habitação, acredita que “este diploma venha resolver o problema”, e considera que esta “é, à partida, a solução para as empreitadas que estão em curso, aplicando-se também aos contratos que possam vir a ser assinados”, disse em declarações ao idealista/news à margem do Salão Imobiliário de Portugal (SIL) que arrancou esta quinta-feira, dia 12 de março, em Lisboa.

“A preocupação que temos, que é comum a todos, trata-se do aumento de preços das matérias primas e da própria mão de obra”, Marina Gonçalves, SEH

O decreto-lei aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros estabelece um regime excecional e temporário de revisão de preços das obras públicas. E “surge como resposta ao aumento excecional dos custos com matérias-primas, materiais, mão-de-obra e equipamentos de apoio, com impacto em contratos públicos, especialmente nos contratos de empreitadas de obras públicas que venham a ser celebrados ou já em execução”, lê-se no comunicado publicado pelo Governo.

“A preocupação que temos, que é comum a todos, trata-se do aumento de preços das matérias primas e da própria mão de obra”, sublinha Marina Gonçalves em declaração ao idealista/news, referindo que “para aquilo que é obra pública e as empreitadas públicas, nós ainda hoje aprovámos em Conselho de Ministros um diploma precisamente para permitir que as obras não parem e que consigamos debelar de alguma forma e considerar nos contratos aquilo que é um aumento extraordinário de preços”, até porque “na altura em que os contratos foram formados não se esperava que eles aumentassem assim”.

Revisão dos preços da construção
Marina Gonçalves, Secretária de Estado da Habitação (de rosa/beije), esteve presente no SIL idealista

Será que o novo regime é suficiente para enfrentar a subida dos custos da construção?

“Contamos que com este diploma consigamos ultrapassar aquilo que são os maiores constrangimentos que estão a verificar-se” em matéria de subida dos custos da construção, disse a secretária de Estado da Habitação, adiantando que o Governo tem a “expectativa que seja efetivamente conjuntural e, por isso, é que o diploma também é limitado no tempo”.

“Achamos que este diploma venha resolver o problema, porque realmente cria um regime extraordinário e excecional de revisão de preços, pelo que à partida é a solução para as empreitadas que estão em curso, aplicando-se também aos contratos que possam vir a ser assinados”, sublinhou Marina Gonçalves, que fez uma visita inaugural ao SIL, evento que está a decorrer até domingo na Feira Internacional de Lisboa.

Na ocasião, a secretária de Estado da Habitação esclareceu que este regime foi pensado para as obras públicas, mas que os privados terão a liberdade para utilizá-lo se assim o entenderem. “Os privados têm uma relação privada contratual, portanto eles podem aplicar qualquer regime. As obras particulares têm uma liberdade contratual entre partes, portanto, o diploma que existe não é um diploma que restrinja, só é aplicado se as partes assim o quiserem”, explicou Marina Gonçalves.

Preço das obras públicas
Foto de Rodolfo Quirós en Pexels

Depois de aprovado, o novo decreto-lei que prevê a possibilidade de revisão de preços das obras públicas vai ser publicado em Diário da República, onde será determinada a data de entrada em vigor. Sabe-se já que qualquer construtora que veja os preços dos materiais, mãos de obra ou equipamento subir 20%, poderá apresentar uma proposta de ajuste de preços ao dono da obra – e depois há todo um procedimento a seguir, como explicamos aqui. Esta medida excecional vai estar em vigor até ao final de 2022.

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