
O tempo é de inflação elevada e de custos de construção a subir, o que faz com que muitos materiais estejam agora mais caros que há um ano. Alguns players do setor do mobiliário consideram, no entanto, que se está a assistir a uma especulação no preço das matérias-primas, havendo fornecedores com stock para vários meses a “inflacionar preços de forma significativa” e artificial.
Disso mesmo dá conta Gualter Morgado, diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário (APIMA), que considera, citado pelo ECO, que há um “manifesto aproveitamento” de algumas empresas no abastecimento das fábricas do setor, “justificando um claro alargamento de margens com a inflação generalizada da economia”.
“No caso do cluster do mobiliário e afins, temos relatos de que alguns fornecedores de matérias-primas, muitos deles com stock para vários meses, estarão a inflacionar de forma significativa os preços, provocando dificuldades adicionais às nossas empresas, confrontadas com um cenário verdadeiramente dramático”, acrescentou, citado pela publicação.
Segundo o responsável, registam-se “aumentos generalizados dos custos dos materiais mais relevantes” para este cluster, concentrado nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira, sendo que “a subida de preços é transversal”, tendo o valor dos aglomerados disparado mais de 40% e o custo das madeiras na ordem dos 30%.
Quando questionado sobre as perspetivas para o negócio em 2023, Gualter Morgado fala em “incerteza”, mas mostra-se algo otimista: “Prevemos que a fileira mantenha uma performance similar à do início de 2022, nos primeiros meses do ano. Há alguns sinais positivos, que nos levam a acreditar que o segundo semestre trará potencial de crescimento em alguns mercados. A expectativa é de que o consumo não aumentará de forma homogénea em todo o mundo, mas que consigamos estar bem posicionados junto dos mercados que acelerarão mais rapidamente nesta retoma”.
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