Executivo anunciará um “grande pacto” no setor da construção, adianta Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação.
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Pacto na construção
Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e da Habitação Creative commons
Lusa
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O Governo quer facilitar a vinda para Portugal de quadros das sucursais no estrangeiro das empresas de construção, no âmbito de um “grande pacto” que será anunciado “ainda esta semana”, disse esta segunda-feira (22 de julho de 2024) o ministro das Infraestruturas e Habitação. Segundo Miguel Pinto Luz, esta é uma das “várias medidas” que o Governo vai propor no âmbito de um pacto para a construção, necessário para executar a construção e reabilitação de casas.

O governante falava no final da cerimónia de assinatura de acordos com as autarquias de 14 municípios de Lisboa e Vale do Tejo e quatro da região Norte, que hoje decorreu na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

Sem querer antecipar muito, o ministro adiantou que um dos objetivos do pacto será “atrair talento, conhecimento, mão de obra para a fileira da construção”, nomeadamente facilitando a vinda para Portugal de quadros das sucursais no estrangeiro das empresas de construção, possibilidade que está a ser trabalhada com as tutelas da justiça, da administração interna e das migrações.

O ministro reconhece que a dificuldade de resposta do setor da construção o “preocupa” e que “lançar toda esta obra pública” é uma “ambição grande”, que pode esbarrar na “capacidade de execução no terreno”. Por isso, realçou, o pacto tem de envolver não só as empresas de construção, mas também as de arquitetura e de engenharia.

Almada, Alcochete, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira assinaram acordos e termos de responsabilidade e aceitação, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, ao abrigo do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR, fundos europeus), no âmbito do qual Portugal assumiu o compromisso de construir ou reabilitar 26 mil habitações até junho de 2026. Na mesma cerimónia, foram assinados também acordos com as autarquias de Fafe e Guimarães, no distrito de Braga, Lamego (distrito de Viseu) e Matosinhos (distrito do Porto), aumentando para 1.450 o número de casas na região Norte, ao abrigo da mesma medida.

Questionado sobre as razões que deixaram quatro municípios de Lisboa e Vale do Tejo fora dos acordos (Amadora, Barreiro, Moita e Palmela), o ministro respondeu que, “possivelmente ficaram com as candidaturas de fora dos tais 26 mil fogos”, limite que, “naturalmente”, obrigou a “rateio”. Porém, assinalou, “o Governo está a trabalhar afincadamente para, nas próximas semanas, nos próximos meses, apresentar solução também” para os 29 mil fogos que se candidataram mas ficaram de fora.

Construção de casas ao abrigo do PRR
Freepik

A assinatura dos termos de responsabilidade e aceitação pelos municípios, que faz parte da estratégia do Governo para a habitação, prevista no programa “Construir Portugal”, teve o seu início em junho, tendo sido já assinados acordos com cerca de uma centena de municípios de norte a sul do país.

Assinar termos de responsabilidade com os municípios “não é sacudir a água do capote”, rejeitou o ministro, lembrando que o Governo coassina esses acordos, que permitem às câmaras avançarem na construção ou reabilitação de edifícios para habitação destinada às famílias mais vulneráveis, ficando a aprovação das candidaturas pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para uma fase posterior.

"Não cumprir o PRR coloca em causa tranches de transferência da Europa para Portugal e Portugal não está em condições de dispensar recursos tão escassos como são os recursos financeiros hoje em dia"
Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e da Habitação

“Vamos acompanhar de perto aquilo que irá acontecer”, vincou o ministro, tendo “noção clara daquilo que são as dificuldades em muitas autarquias”.

Porém, assinalou, “não cumprir o PRR coloca em causa tranches de transferência da Europa para Portugal e Portugal não está em condições de dispensar recursos tão escassos como são os recursos financeiros hoje em dia”.

Os autarcas “têm hoje todas as ferramentas necessárias e suficientes” para cumprir o objetivo no prazo definido, frisou. “Nós não queremos pensar sequer que não vamos cumprir a meta de 30 de junho de 2026”, acrescentou.

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