
A alta procura por serviços de obras, associada à falta de mão de obra e ao fecho de empresas para férias, está a deixar milhares de portugueses sem solução para avançar com obras em casa e remodelações. Tanto assim foi que durante os meses de verão 4 em cada 10 famílias que procuraram empresas de remodelação em Portugal, não conseguiram encontrar profissionais disponíveis, revela estudo.
Durante o verão, a procura por profissionais e empresas que realizam obras em casa aumentou, projetando-se um crescimento de 15% entre julho e setembro desde ano. Mas são poucas as empresas que estão a aceitar novas obras, revela um estudo da Fixando, apontando que apenas 16% empresas registadas na plataforma estão a aceitar novos pedidos de orçamento.
Há vários motivos que estão por detrás desta escassez de oferta de serviços de obras em casa e remodelações, segundo aponta o estudo da Fixando que ouviu mais de 6 mil especialistas do setor:
- Escassez de mão de obra (que se intensifica no verão): é uma questão apontada por 62% dos inquiridos. "A falta de mão de obra no setor da construção não é um problema novo, mas é agravada pela migração sazonal de trabalhadores para países como França e Suíça, onde os salários são mais atrativos”, explica Alice Nunes, Diretora de Novos Negócios da Fixando, citada em comunicado;
- Empresas encerram para férias em agosto (razão indicada por 37% das empresas);
- Fecho de fornecedores (19% de respostas), que limita a capacidade de resposta;
- Dificuldade crescente em atrair e reter talento jovem para o setor das obras e remodelações (pelo que é preciso maior investimento na formação em ofícios como a carpintaria e alvenaria e a promoção de estágios profissionais que possam atrair jovens para estas área, apelam as empresas);
- Crescente imprevisibilidade climática é desafio: temperaturas extremas e precipitação inesperada “prolongam prazo de obras” e causam “inevitavelmente atrasos em projetos subsequentes," explica Alice Nunes;
- Discrepância entre as expectativas dos clientes e o valor real dos serviços prestados.
Para enfrentar estes desafios, a maioria dos inquiridos (65%) defende a necessidade de apoios à formação de mão de obra qualificada, enquanto 40% acredita que incentivos governamentais à contratação poderiam ajudar a reverter o cenário atual. "É necessário um esforço conjunto entre o setor privado e as entidades públicas para garantir que o setor das obras e remodelações em Portugal consiga não só sobreviver, mas prosperar", conclui Alice Nunes.
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