Uma das tendências mais interessantes do projeto arquitetónico contemporâneo é o uso de materiais que combinam estética e funcionalidade para embelezar fachadas. As telhas de cimento, em particular, ganharam popularidade devido à sua longevidade, resistência e capacidade de adicionar um toque distinto a um edifício. Este material permite não só proteger a estrutura, mas também dar-lhe um estilo único que pode ser perfeitamente integrado em projetos de renovação ou ampliação de casas, como é o caso da Gingerbread House em Londres, onde a combinação de azulejos de diferentes materiais deu origem a uma fusão criativa entre tradição e modernidade.
A fusão de artesanato e tecnologia
A empresa DHaus construiu a extensão da Gingerbread House, uma casa dos anos 60 no distrito londrino de Muswell Hill. Esta intervenção não só proporcionou à casa um novo espaço para a cozinha e sala de jantar, como conseguiu integrar a extensão com a traça original através da utilização de azulejos de vários materiais e formas. A combinação de técnicas de produção digital com as influências do movimento Arts and Crafts foi fundamental neste projeto.
O revestimento original da casa, também feito de telhas de betão, serviu de inspiração inicial. Conforme explicado pelo estúdio, "ficamos fascinados com esse traço arquitetónico e queríamos ver se poderíamos misturar a nova extensão traseira com o resto da casa". Essa conexão entre o antigo e o novo permitiu que o acrescento parecesse uma extensão natural da estrutura existente.
A extensão de um andar é revestida com telhas de madeira cortadas em CNC, o que permitiu a criação de formas curvas, angulares e arqueadas, evocando a imagem de uma casa de gengibre, que dá nome ao projeto. Essa mistura de produção tradicional e moderna demonstra como os princípios de sustentabilidade e o uso de materiais de alta qualidade podem ser perfeitamente integrados a ferramentas contemporâneas. A produção digital permite uma utilização mais precisa dos materiais, reduzindo o desperdício e promovendo uma produção ética e sustentável.
Um design ligado ao meio ambiente e à otimização do espaço
A extensão da Gingerbread House foi cuidadosamente projetada para manter uma forte conexão visual e funcional com o ambiente. A sala de jantar, destacada pelo teto da claraboia, oferece vistas panorâmicas do jardim através de janelas do chão ao teto e uma porta de correr que se conecta diretamente a uma área de estar ao ar livre. Esse arranjo não apenas expande o espaço de estar para o exterior, mas também permite que a luz natural inunde o interior da casa, criando uma atmosfera aconchegante e iluminada.
O layout em forma de L da cozinha e da sala de jantar também é resultado de uma otimização do projeto. Como explicam no estúdio: "Tivemos que reduzir o tamanho da extensão traseira para tornar o projeto lucrativo", o que levou a um design mais compacto, mas igualmente funcional. Essa redução inesperada permitiu uma melhor integração do jardim com o espaço de convivência, resultando num ambiente mais íntimo e coeso. Segundo o atelier, "o jardim estava mais ligado ao espaço habitacional", um pormenor nascido de uma necessidade, mas que acabou por ser um dos maiores sucessos do projeto.
A atenção aos detalhes não está presente apenas no design exterior, mas também nos acabamentos interiores. As paredes e tetos da extensão têm um acabamento cru, enquanto as estruturas de madeira e os móveis embutidos complementam perfeitamente o estilo geral da casa. Além disso, a eficiência energética foi um fator chave na renovação, com a adição de piso radiante, janelas com vidros triplos e bombas de calor aerotérmicas, garantindo que a extensão não seja apenas esteticamente agradável, mas também sustentável e eficiente.
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