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A construtora Opway, controlada pela Espírito Santo Internacional (ESI), vai ser vendida hoje (e com urgência) em leilão. As ações estão penhoradas e a empresa não tem dinheiro para pagar os salários de janeiro e para renovar o alvará, correndo o risco de perder a obra adjudicada pela Refer. Anterior presidente (Almerindo Marques) e respeciva equipa da administração cessaram funções e não foram nomeados substitutos.

Segundo o Dinheiro Vivo (DV), os concorrentes à compra da Opway classificam todo o processo de venda da construtora como “uma grande trapalhada”. Em outubro de 2014, foram convidados a apresentar propostas pelo acionista e na sexta-feira a ESI, uma das empresas do Grupo Espírito Santo (GES), comunicou por e-mail que afinal a empresa vai ser vendida por leilão competitivo entre os quatro concorrentes que tinham apresentado propostas de compra.

A ESI adianta que as ações da Opway estão penhoradas porque foram dadas em garantia à Esfil - Espírito Santo Financière, empresa detida a 100% pela Espírito Santo Finantial Group, entidades cujo processo de insolvência ainda corre no Tribunal do Luxemburgo. Caetano Beirão da Veiga, responsável pela ESI e que tem a seu cargo a operação de venda da Opway, diz que só teve conhecimento deste facto em dezembro, mas que isso obriga formalmente “à abertura de um novo processo, que se pretende expedito, na medida em que a transação tem de estar concluída num horizonte temporal muito curto”, explicou fonte próxima do processo em declarações ao DV.  

A publicação escreve que a venda assume caráter de urgência, perante a necessidade de nomear uma nova administração na construtora. Almerindo Marques e a sua equipa renunciaram aos cargos e deixaram de ser administradores dia 1 de fevereiro (ver em baixo), tentando pressionar a ESI a acelerar o negócio, já que a “falta de liquidez” da Opway e a “ausência total de crédito” estava a “estrangular a capacidade operacional” da empresa. Paralelamento, é preciso obter cerca de um milhão de euros para pagar os salários de janeiro e para renovar o alvará da construtora, sem o qual deixa de ter condições legais para continuar a operar – e para prestar caução na obra de eletrificação do porto de Aveiro, um contrato de 1,7 milhões de euros adjudicado pela Refer.

Almerindo Marques confirma cessação de funções

Entretanto, o anterior presidente da Opway, Almerindo Marques, confirmou que ele e a sua equipa cessaram funções a partir de dia 31 de janiero. “Não tenho conhecimento de terem sido nomeados quaisquer substitutos, mas acredito que os responsáveis do grupo [GES] estão atentos à situação e irão solucionar rapidamente esta situação”, disse, em declarações ao Diário Económico. “Penso que a situação irá ser resolvida muito em breve, nos próximos dias”, acrescentou.

Almerindo Marques e outros quadros da anterior administração da Opway também foram a jogo, tendo mantido durante meses a situação de gestores da empresa e de concorrentes à sua compra, escreve a publicação, frisando que a morosidade do processo de venda da construtora terá precipitado a decisão da anterior administração de abandonar os respetivos cargos, deixando a construtora em gestão corrente. “A empresa vai ser gerida pelos serviços administrativos. O país também já esteve em gestão corrente e não deixou de funcionar”, desdramatizou.

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