Ainda a meses de fechar o ano, a CEO da Remax garante em entrevista ao idealista/news já estar em condições de confirmar que "2016 vai ser o melhor ano de sempre" desde que a empresa opera em Portugal, confirmando o "forte dinamismo que o mercado imobiliário está a viver". Beatriz Rubio está convencida, além disso, que "este é o momento certo" para investir numa casa. "Se compras hoje, tenho a certeza e ponho as mãos no fogo, daqui a três anos ganhas dinheiro".
Depois do ano recorde de 2015, quais são as expetativas para este ano?
O ano passado foi o nosso melhor ano de sempre, em 15 anos da Remax Portugal, tendo terminado com um crescimento de 35% face a 2014. Mas se o ano passado foi muito bom, este ano está a ser excecional. Em termos de transações, no ano passado fechámos com 12 mil vendas, cerca de 22 mil transações e, agora, estamos com quase mais 39%.
Fechámos com 12 mil vendas em 2015, cerca de 22 mil transações e, agora, estamos com quase mais 39%.
Em termos de volume de negócios estamos quase com 38% mais. O mercado está muito dinâmico. Está a mexer muito bem para nós e acho que para toda a concorrência. Ajudou muito que os nossos parceiros financeiros tenham aberto outra vez o crédito à habitação. Parece que não, mas o cliente alivia ao não ter de ter tanta carga de poupança.
O mercado de arrendamento foi a vossa aposta para sobreviver à crise..
Sim, durante a crise, a nossa estratégia foi meter toda a rede Remax com o foco no arrendamento, o que muitas vezes foi complicado porque existe muito pouco produto. É verdade que nesse momento havia mais, porque havia proprietários que queriam vender casa e como não conseguiam colocam no mercado de arrendamento. Mas foi mais complicado, até a nível de comissões, porque para fazer o valor equivalente ao de uma venda, um agente tinha de fechar cincos contratos de rendas.
Atualmente seguem na mesma linha ou já vendem mais casas?
Agora não. Voltou outra vez a ser forte a venda, se bem que continuamos com o arrendamento, que eu considero ser um mercado interessante e que deveria ser bem explorado.
O nosso grande crescimento deve-se ao mercado português. Cerca de 85% do nosso mercado é nacional. O estrangeiro reduziu-se.
Os estrangeiros têm sido um motor do mercado imobiliário em Portugal. Quem são os vossos principais clientes, nacionais ou de fora?
Cerca de 85% do nosso mercado é português. O estrangeiro reduziu-se. Se representava 24%, neste momento, ao fecho do mês de agosto, está em 17%, isto num crescimento global de 28%. Ou seja, engordou a fatia de clientes nacionais.
Ou seja, o nosso grande crescimento deve-se ao mercado português, o que é bom. Nós trabalhamos Portugal e não posso estar dependente do mercado asiático ou brasileiro. Aceito, é muito bom, mas não é o meu mercado. O mercado asiático representa hoje 3,5%, igual ao francês. O brasileiro, angolano e moçambicano desceram imenso e agora há um mercado que está a crescer imenso, que é o paquistanês e turco, com valores pequenos, na ordem de meio por cento sobre o total, mas é interessante.
Que tipo de imóveis vendem mais?
Em termos de perfil de produto, a massa grande é sempre T2 e T3. Também se vendem muitas moradias, e muitas delas de luxo.
Em termos de perfil de produto, a massa grande é sempre T2 e T3, o que mudou um pouco é que enquanto há 15 anos se vendia com uma casa de banho as gerações atuais querem duas casas de banho, ou espaço para isso. Também se vendem muitas moradias, e muitas delas de luxo. Na Remax Collection, que é a nossa marca de luxo, já vendemos quase 500 imóveis e moradias, que valem mais de 650 mil euros, e sobretudo a portugueses.
Isso pode afetar a economia nacional? O que pensa das novas medidas fiscais sobre o setor imobiliário?
Este novo imposto sobre imóveis deixa-me sob alerta. A mim, a toda a população e aos estrangeiros. Quando se toma este tipo de medidas é preciso muito cuidado. Portugal tinha criado já uma imagem de estabilidade económica fora e o país está a atrair muito capital de fora, o que é muito bom, e também para os próprios portugueses investirem, é preciso tranquilidade económica. Não saber com quantos impostos se vai contar faz com que todo o mundo trave.
Este novo imposto sobre imóveis deixa-me sob alerta. Não saber com quantos impostos se vai contar, faz com que todo o mundo trave.
O mercado imobiliário não é a economia inteira, mas existe um efeito diretamente proporcional e que toda a gente sabe qual é: quando o imobiliário mexe, a economia mexe. Porque compras uma casa e pelo menos tens de dar uma mão de pintura ou arranjas uma casa de banho. Pagas impostos à cabeça e logo pagas por ano. Há toda uma série de iniciativas que nascem com valor a partir da transação de uma casa. As pessoas querem comprar casa para terem as suas poupanças seguras. Mas isso é no tijolo, como em toda a outra parte que é a sobrecarga fiscal.
É o momento ideal para comprar casa. Se compras hoje, tenho a certeza e ponho as mãos no fogo, daqui a três anos ganhas dinheiro.
Que conselhos daria a quem está a pensar comprar uma casa agora?
É o momento ideal para comprar casa. E não estou a inventar. A cada mês e meio estudo os nossos dados e nós vendemos muitas casas. São dados fundamentados. O mercado não aumentou o preço, face ao ano passado. Diz-se muito que as casas aumentaram de preço, mas não é verdade. Continuam praticamente no mesmo valor. Como o financiamento abriu é um momento bom para se vender a casa, com boas condições e aceder a uma casa melhor e com uma diferença muito pequena. E estamos num mercado de subida, e não de descida como em 2011/2012. Se compras hoje, tenho a certeza, e ponho as mãos no fogo, que daqui a três anos ganhas dinheiro.
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