Negócio da gigante sueca do mobiliário vai de vento em poupa à boleia do comércio online, cujas vendas aumentaram 23%.
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Vendas da Ikea em Portugal crescem 5%
Ikea

A Ikea encerrou o ano fiscal de 2021 (1 de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021) com 462 milhões de euros em vendas. Trata-se de um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, apesar de ser um valor inferior ao verificado na pré-pandemia. É mais um indicador, na verdade, que comprova que os portugueses investiram muitos nos últimos tempos na casa, em melhorá-la e/ou renová-la, na sequência da Covid-19. O “fantasma” da crise das matérias-primas e do setor do transporte de mercadorias está, no entanto, a deixar o setor em alvoroço.

“(…) Apesar de termos tido mais restrições, mais complexidade, mais dificuldade, conseguimos vender acima do ano anterior, estamos bastante positivos com o resultado”, disse o administrador financeiro e vice-presidente executivo da Ikea Portugal, Ricardo Pereira, à Lusa. 

Tudo isto “num ano em que a situação pandémica continuou a impactar a economia, provocando o encerramento temporário das lojas ao público durante 13 semanas, e com fortes limitações à atividade no restante período do ano”, refere a empresa, em comunicado.

Vendas da Ikea em Portugal crescem 5%
Foto de ATBO no Pexels

Bons resultados à boleia do negócio online

“A Ikea Portugal conseguiu alcançar um resultado em vendas sólido, com a loja online a registar o maior crescimento, tanto em visitação como em vendas. Ao longo do ano, o site IKEA.pt e a app contaram com 62,7 milhões de visitas, mais 36% que no ano anterior. As vendas realizadas neste canal representaram 23% do total. Quando, no ano anterior tinham representado cerca de 15%. Estes resultados são fruto da forte transformação digital acelerada pelo contexto de pandemia, e do investimento em novas capacidades logísticas e de abastecimento”, lê-se na nota.

De acordo com a Lusa, a Ikea Portugal tem atualmente cinco lojas - Alfragide, Braga, Loures, Loulé e Matosinhos - e ainda três pontos de estúdios de planificação (Cascais, Seixal e Sintra).

“Um dos grandes investimentos que estamos a fazer para o ano fiscal que começou agora em setembro é abrir mais três estúdios de planificação”, adiantou o responsável. Está prevista a abertura em Setúbal, em 11 de novembro, em Coimbra, antes do Natal, e em Leiria, na primavera do próximo ano.

O receio da crise das matérias-primas

A crise das matérias-primas e do setor do transporte de mercadorias está a deixar o setor em alvoroço, tendo a Ikea já manifestado a sua preocupação relativamente ao tema, receando a possibilidade de haver um impacto generalizado na produção.

Para Jesper Brodin, CEO do Ingka Group, que controla a maior parte das lojas Ikea, a crise no fornecimento de matérias-primas veio para ficar. 

“Prevemos que o desafio da disponibilidade e das matérias-primas continuará durante a maior parte do exercício financeiro até o final de agosto, senão todo. Vai demorar um período mais longo que o que pensávamos no início desta crise”, referiu, em declarações ao Financial Times (FT).

Segundo o Jornal de Negócios, que cita o FT, Jesper Brodin disse acreditar, no entanto, que a Ikea vai conseguir passar pela crise sem falhas de produção. Reconheceu, porém, que a gestão de stocks vai ser muito mais apertada e que a marca vai ter de dar prioridade aos produtos mais populares.

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