
A administração da TAP quer deixar as instalações ao lado do aeroporto de Lisboa, devido à degradação dos edifícios, mas este é um negócio imobiliário que implica muitas contas. Desde logo porque as instalações em causa – são 29 edifícios e terrenos circundantes, que ocupam uma área de 22,45 hectares – têm hipotecas de 92,5 milhões de euros.
Vamos por partes. Segundo o ECO, a administração da TAP justificou a possibilidade de mudança de instalações com “o levantamento de custos para a manutenção indispensável devido à deterioração dos atuais edifícios que a empresa ocupa junto ao aeroporto Humberto Delgado e que se revelam muito elevados face à antiguidade das instalações”. A CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, considera que as obras em causa custarão entre 40 a 50 milhões de euros, sendo por isso “mais económico arrendar um edifício” noutro local.
Além de poupar nos encargos com a manutenção, a transportadora aérea poderá ter um encaixe substancial com a venda dos terrenos e edifícios do chamado “Reduto TAP”, escreve a publicação, salientando que o relatório e contas do primeiro semestre de 2014 da Parpública, então a única acionista, refere que o valor líquido dos terrenos e edifícios era, na altura, de 146 milhões de euros.
O último relatório e contas da TAP dá conta, no entanto, de um valor mais baixo: de 105,74 milhões no final de dezembro de 2021, repartido entre 41,13 milhões para os terrenos e 64,61 milhões para os edifícios. “Uma soma inferior à de 2014, devido aos 95,33 milhões contabilizados em depreciações e perdas por imparidade nos edifícios desde a aquisição, inscrita com a soma de 159,94 milhões”, escreve o ECO.
Apoiando-se no relatório e contas, a publicação refere que os 29 edifícios e terrenos circundantes servem de garantia a dois empréstimos, um de 75 milhões de euros e outro de 25 milhões, sendo que, no final de dezembro, o montante relativo aos dois contratos mútuos ascendia a aproximadamente 92,5 milhões de euros.
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