
O portfólio de retalho e logística dos CTT está avaliado em mais de 110 milhões de euros e vai começar a ser gerido por um “veículo especial”, detido maioritariamente pelos próprios Correios de Portugal. Mas não só. A entidade liderada por João Bento estava em negociações exclusivas com um co-investir em junho, que ficará encarregue de gerir este conjunto de imóveis. E sabe-se agora que será a Sonae Sierra o parceiro dos CTT na gestão deste portfólio imobiliário.
Foi em junho que os CTT entraram em “negociações exclusivas” com um futuro co-investidor, tendo em vista a criação de “um veículo especial para deter e gerir o portefólio de retalho e logística dos CTT”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no passado dia 19 de junho de 2022.
O portfólio de rendimento em causa inclui cerca de 400 imóveis, que juntos somam 240 mil metros quadrados de área bruta locável e estão avaliados em 110 milhões de euros, refere a mesma publicação. E é composto por ativos de diferentes usos:
- retalho;
- armazém e operações;
- residencial;
- serviços e outros usos.
A ideia será criar um veículo “maioritariamente detido pelos CTT”, cuja gestão será atribuída a um gestor de ativos. E, segundo o ECO, foi a Sonae Sierra a empresa escolhida para gerir este novo veículo dos CTT. A operação ainda não está fechada, mas o anúncio final deverá ser realizado no início de novembro, antes ou durante a apresentação dos resultados trimestrais, disse João Bento, CEO dos CTT, citado pelo mesmo meio.

Quais os objetivos dos CTT para o seu portfólio imobiliário?
Nesta nova fase, os CTT pretendem constituir uma estrutura destinada a maximizar o valor do portefólio de rendimento, através da:
otimização da sua gestão corrente;
- melhoria da ocupação com captação de novos inquilinos;
- procura oportunidades de micro-desenvolvimento nos casos em que se possa considerar que existam.
Além dos CTT e do novo gestor dos imóveis – a Sonae Sierra -, também está prevista a “entrada de novo(s) investidor(es), dirigida a investidores institucionais e family offices, para tomarem uma posição minoritária no veículo”, referem no documento publicado em junho.
De notar ainda que os CTT também vão criar uma carteira de desenvolvimento composta por 10 imóveis localizados em Portugal avaliados em 24 milhões de euros.

Época de mudança nos CTT: nova sede, novo aumento de capital
Além de estarem a finalizar a criação do veículo que irá gerir o seu património imobiliário, os CTT também estão prestes a mudar a sua sede para o edifício Green Park, em Lisboa. A mudança está agendada para outubro e está previsto fazer algumas obras ao novo espaço, referiu o ECO.
Por outro lado, os CTT também estão em negociações com um novo acionista para realizar um aumento de capital no Banco CTT. Este novo acionista terá uma posição minoritária, que pode chegar aos 30%, segundo noticiou o Jornal Económico em janeiro. E com este capital, os CTT pretendem dar seguimento a “novas iniciativas empresariais”, segundo indicaram em comunicado em junho.
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