
Mais de 86% dos estudantes e 60% dos profissionais de várias empresas portuguesas e internacionais defende o modelo híbrido como método preferencial de trabalho. Em causa está estudo ‘Re-imagining Work’ do BNP Paribas e Nova School of Business & Economics, que procurou conhecer as expectativas dos jovens (portugueses e estrangeiros) quando entram no mercado de trabalho, e a forma como atuais colaboradores de diversas indústrias e nacionalidades têm vivenciado os modelos híbridos pós-pandemia.
“Tanto estudantes como funcionários das empresas portuguesas e internacionais não esperam deslocar-se ao escritório para desenvolver as atividades que podem fazer a partir de casa. Por exemplo, a tomada de decisões individuais e o desenvolvimento de relatórios são tarefas que não justificam uma ida ao escritório”, lê-se no comunicado enviado às redações.
Segundo a Professora Filipa Castanheira, que supervisionou o estudo, “este projeto revela de forma muito consistente e através de diferentes fontes de informação que as espectativas face aos contextos de trabalho estão em clara transformação”. “Já vínhamos a observar, antes da pandemia, um desejo de um formato de trabalho mais flexível e promotor de maior equilíbrio vida-trabalho, mas agora no regresso após os sucessivos confinamentos e no seguimento da aceleração da transformação digital, os trabalhadores demonstraram que é possível fazer com qualidade e concentração determinadas tarefas a partir de casa”, indica a docente.
“Há uma procura explícita por organizações que proporcionem relações de trabalho que permitam beneficiar desta flexibilidade e uma preferência por equipas com desenhos de trabalho presenciais mais “colaborativos”.
Há notoriamente um desagrado pela sensação de “vir para o escritório fazer o que se poderia fazer em casa” e, por isso, o grande desafio das organizações no “futuro do trabalho” não parece tanto ser o “fun das piscinas de bolas e dos cestos de fruta’”, mas sim a formação das lideranças e a organização do trabalho e dos espaços físicos de trabalho proporcionando locais para descontrair e socializar, para debate e resolução de problemas, para reuniões de equipas, apostando na diferenciação do que é trabalho individual e que pode ser feito remotamente do que é trabalho colaborativo que pode beneficiar da presença física das equipas”, conclui.
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