As empresas estão a redefinir a forma como o trabalho, as equipas e os espaços sociais são organizados, esperando-se um foco especial nas pessoas em 2026, com a aposta em iniciativas de bem-estar, formação, desenvolvimento e aprendizagem tecnológica.
Com o novo ano à espreita, a International Workplace Group (IWG), revela agora as 10 principais tendências que vão transformar o mercado de trabalho em 2026. Entre elas, destaque para os modelos flexíveis e híbridos, a valorização da produtividade e bem-estar das equipas e o investimento em espaços mais próximos de casa dos trabalhadores.
“Continuamos a assistir a uma mudança profunda na forma como o trabalho se distribui geograficamente, com o centro de gravidade a aproximar-se cada vez mais das comunidades locais. Os avanços impressionantes na tecnologia em cloud e nas ferramentas de videoconferência – essenciais para tornar o trabalho híbrido verdadeiramente eficaz – permitem que muitos profissionais evitem deslocações longas diariamente. E, à medida que a tecnologia continuar a evoluir nos próximos anos, esta flexibilidade na escolha do local de trabalho será ainda mais reforçada”, explica, em comunicado, o fundador e CEO da IWG, Mark Dixon.
Estas são as 10 tendências que redefinirão o local de trabalho em 2026:
1. Crescimento da integração de assistentes de IA
No próximo ano vai tornar-se cada vez mais comum a integração de assistentes de IA no dia a dia de trabalho das equipas híbridas, com o objetivo de reduzir as tarefas administrativas, libertando tempo para o foco nas atividades estratégicas e criativas e no desenvolvimento de relações profissionais mais significativas. Estes assistentes IA reforçam a eficiência e o bem-estar dos trabalhadores, contribuindo para um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Segundo dados da IWG, cerca de 62% dos colaboradores da Geração Z já ensinam os colegas mais séniores a utilizar IA para aumentar a produtividade e a eficiência, enquanto 77% dos Diretores já reconhece o papel da tecnologia no aumento da produtividade e 80% reconhece ainda o papel na criação de oportunidades de negócio. Dada esta tendência, as empresas criam agora planos híbridos personalizados, otimizando horários e com a escolha dos espaços de trabalho mais adequados a cada função.
Mark Dixon refere que “os avanços contínuos na tecnologia, incluindo a IA, assim como novas abordagens de formação e desenvolvimento, são fatores-chave para aumentar a produtividade, o envolvimento e a lealdade, permitindo às empresas criar uma força de trabalho e um ambiente de trabalho preparados para o futuro, que impulsionem o crescimento do negócio”.
2. Espaços de trabalho flexíveis em crescimento
Vão tornar-se cada vez mais comuns sistemas estruturados que permitem trabalhar em vários espaços de trabalho, mais próximos de casa e com menores custos operacionais. Atualmente a IWG tem 23 localizações nas principais áreas metropolitanas do país, procurando oferecer soluções que aproximam o trabalho das comunidades e aumentem a produtividade dos colaboradores.
“A crescente procura por soluções de trabalho mais próximas das comunidades levou a que a maioria dos novos centros IWG sejam inaugurados em áreas urbanas periféricas, subúrbios e zonas rurais. Esta estratégia permite reduzir significativamente os tempos de deslocação diários, contribuindo para a produtividade, o bem-estar dos colaboradores e para a capacidade das empresas manterem-se competitivas no mercado laboral global”, indica o CEO da IWG.
3. Aposta em microcertificações
Os colaboradores que se encontram em regime de trabalho híbrido estão a deixar de lado diplomas e avaliações anuais, apostando cada vez mais em microcertificações orientadas para competências específicas.
Com plataformas de aprendizagem flexíveis, as empresas poderão desenvolver equipas mais ágeis, de um modo mais simples e acessível.
4. Adoção de ferramentas digitais de saúde mental
As empresas deverão reforçar as estratégias de bem-estar, ao adotar ferramentas digitais de saúde mental que monitorizem o stress, uma vez que cerca de 57% dos trabalhadores perdem a motivação quando se sentem desvalorizados.
Isto deve-se sobretudo a situações de ‘quiet cracking’, quando os trabalhadores continuam a desempenhar as suas funções, mas sem motivação e emocionalmente desligados do trabalho, podendo resultar em ‘burnout’.
5. Crescimento da contratação temporária de executivos
Devido à volatilidade na economia, vai registar-se um crescimento da contratação temporária ou parcial de executivos, uma vez que estes profissionais oferecem conhecimento altamente especializado, mas sem os custos fixos que um cargo a tempo inteiro acarreta.
6. “Cidades de 15 minutos”: conceito evolui para projetos planeados de raiz
Cidades como Lisboa, Porto, Braga, Viseu, Aveiro e Faro apresentam uma proximidade elevada a serviços essenciais. Neste contexto, a capital destaca-se com 88,34% dos residentes a terem acesso a serviços diários a pé, como indica o estudo “A universal framework for inclusive 15-minute cities”, publicado na revista Nature Cities.
Estes modelos são ainda mais viabilizados com o trabalho híbrido, que permite poupar anualmente mais de 10 mil euros por trabalhador.
7. Trabalho híbrido como reforço da ligação à comunidade
O trabalho híbrido favorece a ligação entre trabalhadores e as suas comunidades locais, com as empresas a incentivarem a participar em ações de voluntariado, parcerias locais ou partilha de competências durante os dias de trabalho.
8. Aproximação ao conceito de “hotel boutique”
Beneficiando de serviços personalizados, opções de alimentação e ambientes sensoriais que oferecem conforto, produtividade e bem-estar, os locais de trabalho em 2026 vão-se aproximar do conceito de hotel boutique.
9. ‘Day offices’ ganham relevância
Os chamados ‘day offices’ estão a destacar-se como solução prática, que não exige compromisso a longo prazo, para momentos onde é exigido foco ou colaboração pontual. Estes espaços ganham uma eficiência especial graças à abundância de luz natural e à presença de outras comodidades.
10. Aposta na compreensão da Geração Z
Esta geração destaca o bem-estar, a saúde mental, a flexibilidade e o propósito como principais fatores de atratividade no mercado de trabalho. Por esse motivo, as empresas precisam investir em autonomia, flexibilidade e significado no trabalho para ganharem vantagem competitiva no que respeita a atrair jovens para as suas equipas.
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