O setor da construção e do imobiliário teme que as suspeitas de corrupção relacionadas com a atribuição de vistos gold – concedidos a estrangeiros residentes fora da União Europeia que comprem casas acima de 500.000 euros – levem ao fim do programa. Em dois anos, foram investidos no país através desta iniciativa 1.076 mil milhões de euros, dos quais 972 mil milhões correspondem a aquisição de imobiliário.
“O país vai ser prejudicado se o programa terminar, porque há milhões de euros que os investidores deixam de usar em Portugal”, disse Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). Citado pelo i, o responsável adiantou que os vistos gold não podem ser postos em causa por questões judiciais que só compete aos tribunais resolver.
Também Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), está preocupado com a situação. “[O programa] estava a ser um sucesso. Permitiu que o mercado imobiliário estivesse agora numa fase de retoma”, referiu, em declarações ao Diário de Notícias. “Já recebi telefonemas de colegas de Espanha e do Brasil a perguntar o que afinal se está a passar”, acrescentou, frisando que o “caso já está a ter repercussão internacional e a afetar o mercado imobiliário”.
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