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Vistos gold: chineses desistem de Portugal e apostam em Espanha
GTRES

O escândalo de corrupção associado à concessão de vistos gold – foram detidas 11 pessoas na sequência da denominada “Operação Labirinto” – está a fazer com que muitos cidadãos chineses comecem a desistir de investir em Portugal, deixando de comprar casas que custam pelo menos 500.000 euros, o valor necessário para que possam obter o visto e circular livremente no espaço Schengen. Estes investidores começam agora a apostar no mercado espanhol.

A informação foi confirmada ao Correio da Manhã por fonte do ministério da Economia espanhol. Também citado pela publicação, o líder da Liga de Chineses em Portugal, Y Ping Chow, considera que, neste momento, Espanha é uma boa opção: “Se Portugal continuar com uma postura de retração face aos vistos gold, os investidores chineses optam por Espanha. Os que têm dinheiro não têm dificuldade em encontrar outros países onde investir”.

O diário revela que a concessão e renovação das autorizações de residência (os vistos gold ou vistos dourados, como também são conhecidos) estão praticamente paradas desde final de novembro, altura em que estalou a polémica em torno da atribuição de vistos gold. Em 2014, foram atribuídas 1.526 autorizações, mas após a “Operação Labirinto” o número caiu bastante: foram concedidos 86 vistos em dezembro, 78 em janeiro e 103 em fevereiro.

E mais. De acordo com Y Ping Chow, alguns dos chineses que compraram casas em Portugal já ponderam vender os respetivos imóveis. “As respostas estão demoradas e há processos de renovação pendentes. Investiram cá e agora não podem entrar no país ou circular no espaço Schengen. Portugal está a quebrar o compromisso”, alertou.

De referir que desde 2012 foram concedidos 2.203 vistos, 1.777 dos quais a chineses. 

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