
As novas alterações à atribuição de vistos gold a cidadãos estrangeiros que invistam em Portugal já têm luz verde do Parlamento. Apresentadas a 23 de fevereiro pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, após o escândalo de corrupção que rebentou à volta deste regime de autorizações de residência, as medidas foram agora aprovadas pela maioria PSD/CDS-PP e pelo PS na Assembleia da República.
As bancadas do PCP, BE e Partido Ecologista "Os Verdes" votaram contra o texto final da proposta de lei do Governo que visa reforçar a fiscalização da atribuição dos vistos gold, na passada sexta-feira.
Quais as alterações?
As alterações, tal como escreve o Jornal de Notícias, abrem o leque da aplicação de investimento à ciência e cultura ou reabilitação urbana, até agora concentrada na compra de imobiliário e transferência de capitais.
Com as novas regras, investir a partir de 350 mil euros em ciência dá direito a autorização de residência, o mesmo acontecendo através da transferência de capitais em montante igual ou superior a 350 mil euros aplicado "em investimento ou apoio à produção artística, recuperação ou manutenção do património, ou seja, cultura", disse na altura Paulo Portas.
Também a compra de imóveis com realização de obras de reabilitação urbana no valor igual ou superior a meio milhão de euros dá direito a um visto gold.
A autorização de residência temporária concedida por um ano pode ser renovada duas vezes por dois anos, ou seja, num total de cinco anos.
Operação Labirinto
Os vistos gold têm estado em destaque depois de, em novembro passado, a investigação policial 'Operação Labirinto' ter conduzido à prisão preventiva de cinco de 11 arguidos, entre eles vários altos quadros do Estado, como o presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo, o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, e da ex-secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria António Anes, suspeitos de diversas práticas ilícitas como corrupção.
Miguel Macedo demitiu-se do cargo de ministro da Administração Interna, por considerar que a sua autoridade tinha ficado diminuída.
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