
O maior controlo das Finanças ao arrendamento clandestino, através do cruzamento das declarações de IRS e dos fornecimento de água e luz, entre outras medidas, está a dar resultados. Em maio, o total de contratos registados no portal das Finanças ascendeu a 119.294 contratos, com 32.000 novas contratualizações.
Os restantes 87.000 contratos já tinham existência legal, sendo o seu registo no portal necessário para a emissão dos recibos eletrónicos de renda, que já ascendem a 270.000 em apenas um mês.
Segundo o Público, os números de maio triplicam os registos verificados em abril, que totalizaram 40.000 contratos submetidos no portal, dos quais 12.000 consistiram em novas contratualizações.
Uma percentagem dos novos contratos de arrendamento corresponde mesmo a novas contratualizações, até porque as regras mudaram, e o registo dos novos arrendamentos e o pagamento do respetivo imposto de selo só pode ser feito via Portal das Finanças. Mas uma outra parte dos novos registos, que não é possível quantificar, corresponde à legalização de arrendamentos clandestinos (que não estavam registados nas Finanças, não pagando impostos), escreve a publicação.
Ao aumento dos registos de contratos não é alheio o facto de as Finanças terem contactado em abril, por email, cerca de 90.000 proprietários a convidá-los a regularizar as suas declarações de rendimentos relativas a rendimentos prediais desde 2010.
Apesar da contestação por parte das associações de proprietários, a emissão de recibos eletrónicos de renda está a registar forte adesão. Em maio, primeiro mês de aplicação da nova medida, foram emitidos 270.699 recibos de renda (quase 9.000 por dia).
No universo das emissões eletrónicas estão recibos relativos a um mês (novos contratos), mas também recibos retroativos a janeiro, uma exigência que os proprietários têm de cumprir, mas que apenas é obrigatória a partir de novembro.
Segundo Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, os novos contratos e o número de recibos de renda eletrónicos emitidos no Portal das Finanças no primeiro mês de vigência desta medida são boas notícias. “São o sinal mais expressivo de que estamos perante o mais eficaz processo de formalização do mercado do arrendamento alguma vez ocorrido em Portugal”, disse, citado pelo Público.
Para o governante, “o processo de formalização será concretizado gradualmente” ao longo deste ano “e contribuirá para um sistema fiscal mais equitativo e para um mercado do arrendamento com mais concorrência”.
O combate ao mercado de arrendamento clandestino, apontado pela Troika como um problema grave, só agora começou. As Finanças estimam que a evasão fiscal neste domínio ascenderá entre 40% a 50%.
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