
Os gastos com a habitação têm um peso elevado nos orçamentos familiares, sobretudo para quem vive numa casa arrendada. Segundo dados do Eurostat, um terço dos inquilinos destina mais de 40% do rendimento para a renda do imóvel no qual reside.
O gabinete de estatísticas da União Europeia (UE) confirmou que Portugal é dos países com mais proprietários: 74,9% dos portugueses tem casa própria, ainda que muitos tivessem recorrido ao crédito à habitação para a pagar.
Segundo o Jornal de Negócios, que se apoia nos dados do Eurostat, por mais elevada que seja a prestação, são poucas as famílias que destinam mais de 40% do rendimento disponível para a habitação, ao contrário do que acontece com quem arrenda – a sobrecarga financeira atinge um em cada três inquilinos.
Em todos os Estados-membros da UE havia em 2014 mais proprietários que inquilinos, e Portugal está no lote daqueles em que essa tendência está mais vincada. Um facto para o qual contribuiu o acesso mais facilitado ao financiamento bancário. Por outro lado, a elevada indexação destes financiamentos a taxas variáveis, a Euribor, tem permitido a estas famílias algum alívio nas prestações. Tudo isto explica o porquê de apenas 7,4% das famílias com casa comprada a crédito ver a mensalidade exceder em 40% ou mais o rendimento disponível, concluiu o Eurostat.
No caso dos inquilinos o cenário muda de figura: a sobrecarga com a renda atinge 33,8% das famílias (contra 26,2% da Zona Euro) e um terço dos inquilinos gasta mais de 40% com a renda (a preços de mercado), o que revela que a sobrecarga financeira com a habitação é 4,5 vezes superior à registada pelos proprietários. O Eurostat constatou que a sobrecarga dos inquilinos na Zona Euro é de 2,3 vezes a registada entre quem tem casa própria.
Em Portugal, conforme referido, 74,9% da população tem casa própria, um valor superior ao da média da Zona Euro e da UE (70,1%). Na Alemanha, por exemplo, 52,5% das pessoas vivem em casa própria e 47,5% são inquilinos. Só a Suíça “bate” os alemães, tendo 56% de inquilinos – quase o dobro da percentagem de arrendatários em Portugal (25,1%).
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