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Helena Roseta, presidente da AML e deputada do PS (Foto: Bruno Martins).
idealista/news

Investir na habitação social é e terá de ser uma prioridade do Governo, diz Helena Roseta ao idealista/news. A arquiteta, presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) e deputada do PS recomenda a criação de programas que substituam o que foi nos anos 90 o Programa Especial de Realojamento (PER). “Hoje já não há barracas, por isso parece que não há urgência em fazer um programa público para resolver os problemas de habitação, mas temos muita carência escondida”, alerta.

Dados da Associação Portuguesa de Habitação Municipal (APHM) – reúne dois terços da habitação pública do país –, revelados ao idealista/news por Helena Roseta, apontam para a existência de 500 mil fogos sem condições habitacionais que têm lá pessoas. “Só que é escondido, não é o escândalo social que era as barracas, essas todas as pessoas viam. Continuamos a ter imensos problemas só que não são visíveis”, adianta.

Segundo a responsável, e porque há 700.000 casas vazias, é urgente encontrar uma solução inteligente: “Acho que é possível trabalhar nisso e pensar no que se faz com 700 mil fogos devolutos em Portugal quando há 500 mil famílias a viver em casas sem condições de habitabilidade”.

Reabilitação urbana é uma prioridade

Também prioritária tem de ser a aposta na reabilitação urbana. Uma intenção, de resto, que está prevista no Orçamento do Estado (OE) para 2016 e nas Grandes Opções do Plano (GOP), conta a presidente da AML, salientando que uma das possibilidades é a criação de um fundo que mobilize edifícios do setor público para reabilitar que possam depois ser colocados no mercado com rendas acessíveis. “Está previsto também mobilizar uma pequena verba dos fundos de gestão da Segurança Social. O tema foi polémico na campanha eleitoral, mas claro que não se põem em risco as verbas da SS ao investir no setor imobiliário com rentabilidade garantida”.

De acordo com Helena Roseta, há vontade política de voltar a repor a interligação entre a atualização de rendas e o estado de conservação dos imóveis, “porque ao separar as duas coisas, como fez a ultima alteração na lei do arrendamento, as pessoas podem aumentar as rendas mesmo que a casa esteja em muito mau estado”.

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