
O idealista, empresa editora deste portal de notícias, celebrou na passada terça-feira, 4 de outubro, um pequeno almoço de trabalho designado "quo vadis, imobiliário?" (o Estado da Nação do setor). Neste encontro participaram vários perfis profissionais do mercado imobiliário (banca, consultores, mediadores, promotores imobiliários e autarcas) e jornalistas de economia, que acompanham o setor em meios de prestígio nacional e internacional.
No evento, que contou ainda com a participação de vários membros do idealista, foi debatido como está a evoluir o mercado, perspetivando-se como vai terminar o ano. A percepção geral é de otimismo e de cautela, ao mesmo tempo. Para 2017 a palavra forte é "consolidação".

Ensombrado pelo "fantasma" de novos impostos e alterações legislativas que afetam diretamente o imobiliário, o setor está em estado de alerta e expectante para saber o que virá do Orçamento do Estado para 2017, que terá de ser apresentado no Parlamento, até ao próximo dia 15 de outubro.
O grande receio é que as novas medidas comprometam a boa dinâmica que o setor está hoje a viver, com mais transações e a melhores preços, que estão a permitir a recuperação da atividade para níveis próximos dos de antes da crise. Além da reabilitação urbana, que está em alta, a construção nova começa a estar de volta, devido ao aumento da procura e maior disponibilidade de investimento e financiamento da banca.

Ao Governo foi lançado o repto de manter a estabilidade fiscal e legislativa, de forma a não defraudar as expetativas dos investidores e não danificar a imagem no exterior, uma vez que os estrangeiros (chineses, por via dos golden visa, franceses, pelo regime de residentes não habituais, mas também de muitas outras origens) têm sido o principal motor de crescimento do setor imobiliário desde o segmento residencial ao comercial.
Apesar do forte dinamismo que o setor está a viver, sobretudo nas grandes cidades como Lisboa e Porto, e da recuperação dos preços. os especialistas rejeitam que se esteja a viver ou que haja o risco de haver uma bolha imobiliária, como a que sofreu, por exemplo, a vizinha Espanha. Preferem, em vez disso, falar de "euforia".

Com o imobiliário a viver aquilo que chamam de uma "tempestade perfeita", nos últimos dois anos - setor a ser o refúgio do setor financeiro devido às baixas taxas de juro e a alavancar o setor do turismo - , inevitavelmente, o alojamento local - no centro de Lisboa, principalmente, é um negócio florescente, principalmente - marcou e incendiou o debate.
Tendo como pano de fundo de que o turismo beneficia a economia nacional, a discussão gira em torno de como se pode continuar a potenciar o imobilário e o investimento, sem matar "a galinha dos ovos de ouro", mantendo a qualidade de vida na cidade e dos residentes.

Nesta primeira edição do "Quo Vadis Imobiliário" participaram Paula Marques (vereadora de Habitação da Câmara Municipal de Lisboa), Sara Ribeiro (arquiteta da CML), Manuel Alvarez (presidente da Remax), José Araújo (diretor do negócio de imobiliário do Millennium bcp), Pedro Lancastre (diretor-geral da JLL Portugal), Hugo Santos Ferreira (secretário geral da APPII), Vítor Andrade (Expresso), Sónia Miguel (Lusa) e Hermínia Saraiva (Dinheiro Vivo). Por parte do idealista, assistiram César Oteiza, cofundador e diretor de operações, Rúben Marques, do departamento de comunicação e Tânia Ferreira, responsável do idealista/news e que esteve encarregada de moderar o debate.
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