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Vistos gold motivam turcos a comprar casa em Portugal
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O imobiliário nacional continua no radar dos investidores estrangeiros. Uma tendência que se deverá manter este ano, já que Portugal continua a ser um país seguro, estável e de confiança, além de estar na moda, nomeadamente em termos turísticos. E 2017 pode trazer uma novidade: a entrada em força dos investidores turcos, que podem juntar-se aos chineses, brasileiros e sul-africanos na lista de países com mais vistos gold atribuídos.  

“O interesse dos turcos em vir para Portugal deve-se aos golden visa, eles não vêm cá para passar férias. A Turquia tem 80 milhões de pessoas, que estão a viver momentos dramáticos do ponto de vista social, o que os motiva, por um lado, a sair do país e, por outro, a tirar algum dinheiro da Turquia e colocá-lo em sítios mais seguros”, revela ao idealista/news Frederico Mendonça, responsável pelo departamento residencial da consultora imobiliária CBRE.

Segundo o responsável, que falava à margem da conferência “Tendências do Mercado Imobiliário 2017”, realizada pela CBRE em parceria com o Expresso – decorreu esta terça-feira (31 de janeiro) em Lisboa –, a “Turquia pode vir a ocupar um lugar importante no mercado emissor de clientes [via golden visa, como também são conhecidos os vistos gold] para Portugal”. Para tal, adianta, é necessário que o cenário de atrasos na atribuição dos vistos não se mantenha. “Temos de ter cuidado. É pior o caso de um país como a China, que tinha golden visa em um ou dois meses e que agora a concessão demora seis, que um mercado novo como o turco, que já sabe que demora seis. Não podemos é ter processos de um ano de espera para ter um golden visa, porque assim eles vão embora”.

Para Frederico Mendonça, que sustenta a sua análise no interesse cada vez maior dos turcos pelo mercado imobiliário nacional através do feedback do escritório da CBRE no país, os turcos procuram sobretudo casas na cidade, em Lisboa e no Porto. “Também começamos a assistir a uma corrente de investidores na promoção imobiliária. Ou seja, já há investidores turcos promotores a vir para Portugal para compra ativos para reabilitação ou terrenos para construção para depois os venderem a clientes também turcos. Eles compram para depois venderem a clientes deles”, explica.

De referir que os chineses são de longe os cidadãos estrangeiros – não pertencentes à União Europeia – que mais investem em Portugal através do programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), também conhecido como golden visa/vistos gold. Seguem-se os brasileiros, os russos, os sul-africanos e os libaneses, por esta ordem.

O “perigo” das eleições em França

No caso dos cidadãos franceses, que têm investido no imobiliário nacional motivados pelos benefícios fiscais – através do Estatuto do Residente Não Habitual –, Frederico Mendonça lança um alerta, deixando no ar a hipótese de os franceses mudarem de prioridades após as eleições presidenciais de França, em abril. “Se ganhar a direita poderá haver uma retração dos franceses na compra de casas em Portugal”, frisa.

Segundo a CBRE, em 2016, foram vendidas cerca de 130.000 habitações em Portugal, mais 20% que em 2015 e menos 30% que há dez anos, no período da pré-crise. 

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