Os processos de atribuição e renovação de vistos gold “estão completamente bloqueados” e se alguém precisar de fazer marcações junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para entregar um processo “não fazem marcação antes de novembro”. O aviso é deixado por Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
Segundo o responsável, os atrasos surgem numa altura em que decorrem renovações dos processos, não tendo o SEF capacidade para responder. “Tenho pena porque foi um sistema que ajudou muito à recuperação do setor imobiliário e trouxe muito dinheiro para o país. Felizmente para nós, não dependemos apenas dos investidores estrangeiros que vêm através dos programas”, lamentou Luís Lima, citado pela Lusa.
O líder da associação de mediadores considera que está em causa a “reputação e a credibilidade de Portugal” e afirmou que talvez fosse melhor acabar com o programa, que não está a funcionar.
Também Beatriz Rubio, diretora executiva da imobiliária Remax, lamentou a situação, falando em “falhas graves” que surgem devido à falta de meios. “[Há medidas de] carácter procedimental ou de afetação de meios que têm de ser implementadas de imediato”, referiu, salientando que “o ritmo de aprovações é muito lento e diminuto em face dos processos submetidos/existentes”.
“As marcações são disponibilizadas sem pré-aviso e ficam todas esgotadas em poucas horas. Neste momento, as marcações para concessões e renovações encontram-se todas preenchidas até final de novembro”, explicou.
Trata-se de uma preocupação, de resto, partilhada por outras mediadoras a atuar em Portugal. “O que deverá melhorar é a operacionalidade para que os processos de pedido de autorização de residência possam obter uma decisão num mais curto espaço de tempo”, disse Ricardo Sousa, presidente executivo da Century 21, à Lusa.
Já João Pedro Pereira, membro da comissão executiva da ERA, afirmou que é de total importância que o “processo de compra de casa e atribuição de vistos gold ser simples, transparente e seguro”.
O membro da comissão executiva da ERA explicou que a empresa colabora com gabinetes de advogados para apoio dos clientes em "todas as questões legais e na obtenção de Vistos Gold".
Há um atraso de três meses na atribuição de vistos gold
Os estrangeiros que queiram investir em Portugal através do programa vistos gold têm de esperar pelo menos três meses para conseguirem ter uma reunião no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e entregaram a documentação que permite dar início ao processo. Isto depois de já terem investido no mínimo 500.000 euros na compra de um imóvel.
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