O Governo quer criar um regime regulatório para as sociedades de investimento imobiliário, isto é, para os “Real Estate Investment Trust” (REIT) – empresas que começam, cada vez mais, a fazer parte do universo imobiliário português. Cabe ao Estado criar a legislação para o seu enquadramento, pelo que o Executivo deverá apresentar uma proposta de regime no final da discussão do Orçamento de Estado para 2018 (OE2018).
A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPI) é a favor da regulamentação, escreve o Jornal Económico. O secretário geral da associação, Hugo Santos Ferreira, subscreve, de resto, a vontade da maior parte dos seus associados investidores, ou seja, a de Portugal ter este tipo de veículos de investimento. “Portugal perderá competitividade na atração de investimento se não vier a adotar este tipo de estruturas. Face à grande concorrência que os REIT ou as SOCIMIs representam, era importante que conseguíssemos proceder à definição de regimes legais e fiscais tão competitivos e atrativos como aqueles”, disse o responsável.
As vantagens deste tipo de investimento são várias, que se prendem, por exemplo, com a possibilidade dos pequenos investidores individuais portugueses poderem investir em grandes projetos imobiliários do seu país, “mas também a neutralidade fiscal (com um sistema de ‘tributação à saída’, uniformizando-se assim as regras de tributação a nível europeu), a obrigação da distribuição da quase totalidade dos resultados (promovendo-se a rápida reabilitação do nosso património imobiliário), ou ainda o facto de obrigar a uma gestão profissional”, adiantou Hugo Santos Ferreira.
Outra das grandes vantagens, segundo o responsável, é a inclusão de todo o tipo de arrendamento, não se limitando apenas ao habitacional. Trata-se, por isso, de mais uma medida de dinamização deste segmento de mercado, incluindo no segmento de escritórios.
Já o Head of Capital Markets da JLL, Fernando Ferreira, acredita que é necessário legislar, “como qualquer outro produto de investimento". "No fundo, criar-se legislação para que se possa taxar, como qualquer atividade comercial, e impedir crimes financeiros", frisou.
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