
Os bons resultados do terceiro trimestre impulsionaram o crescimento do setor imobiliário. Foram transacionados 376 milhões de euros de ativos comerciais, um volume que é cinco vezes superior ao capital investido no mesmo período de 2016 (73 milhões de euros), segundo o Market Pulse, da consultora imobiliária JLL.
“O terceiro trimestre foi excecional. A atividade cresceu a dois dígitos quer no mercado de investimento quer nos mercados ocupacionais, tendo bastante impacto nos resultados acumulados de 2017 e intensificando ainda mais a tendência de crescimento”, comenta a diretora de Consultoria Estratégica e Research da JLL, Maria Empis.
Escritórios foram o ativo mais transacionado
No período em causa, "destacam-se a venda de um portefólio de escritórios e retalho detido pela portuguesa Silcoge a um fundo detido pela Explorer Investment por 145 milhões de euros, a venda do edifício de escritórios Marquês de Pombal 3 à Merlin Properties por 60 milhões de euros e a transação do Lx Factory realizada pela Keys por um valor entre 40 a 50 milhões de euros, o que fez com que os escritórios fossem o ativo mais transacionado no trimestre, com 57% de quota", refere a empresa em comunicado.
"Os resultados anuais à data, no total de 1.422 milhões de euros, já superaram em 13% o volume total transacionado em 2016 (1.254 milhões de euros)", lê-se no documento. A consultora estima, de resto, que o ano supere mesmo os 2.500 milhões de euros.
Número de casas vendidas duplicou
No que diz respeito ao segmento residencial, a JLL revela que o número de casas vendidas duplicou no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado, não se registando o abrandamento habitual do período de verão.
“A procura intensificou-se uma vez mais quer em Lisboa quer no Porto e está também a alargar a sua área de atuação, deixando de se concentrar apenas nas localizações premium e direcionando-se agora a zonas emergentes, algo que se nota por parte dos portugueses e dos estrangeiros”, conclui a consultora, salientando que a "contínua procura tem pressionado os preços da habitação em alta, com os valores mínimos a crescerem em quase todas as zonas prime de Lisboa na ordem dos 10% a 20% nos primeiros nove meses do ano”.
Retalho e hotelaria "de boa saúde"
No retalho, a ocupação também está a crescer quer nos centros comerciais quer no comércio de rua. “Nos três meses de verão abriram diversos restaurantes e lojas nas zonas consolidadas de retalho em Lisboa e a baixa disponibilidade de espaços tem levado ao alargamento da procura para ruas mais secundárias”. Nos centros comerciais, ainda que o pipeline se mantenha reduzido, a abertura do Mar Shopping também “animou” a atividade, revela a JLL.
O estudo destaca ainda o dinamismo verificado no mercado hoteleiro. “Abriram quatro novas unidades em Lisboa nos primeiros nove meses de 2017, esperando-se a inauguração de outras quatro até final do ano. E só até 2019 deverão abrir outros 17 hotéis na capital, reforçando a oferta com mais 1.400 quartos”.
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