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Medidas sobre AL “são perigosas para o mercado”, defende Luís Lima
APEMIP

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) considera que as medidas debatidas na Assembleia da República, na passada sexta-feira (5 de janeiro) – e que passaram para debate na especialidade –, são perigosas para a continuidade do mercado de Alojamento Local (AL). A APEMIP reagiu “com receio” sobre o futuro do AL que, de acordo com o presidente Luís Lima, “poderá estar em causa com a eventual aprovação de uma medida daquela natureza”.

“Existe muito populismo à volta do impacto que o AL tem na vida das pessoas e famílias que vivem nos centros das cidades, mas não podemos ignorar que este mercado foi a verdadeira pedra de toque para a dinamização do setor imobiliário no país: trouxe investimento, incentivou a reabilitação urbana, redinamizou os centros das cidades, salvou setores como a construção ou a restauração e gerou emprego para muita gente que viu neste mercado uma solução para, por exemplo, não ter de abandonar o país”, disse Luís Lima em comunicado.

O responsável recordou ainda que os “anticorpos que se geram são desmedidos, pois na balança, os benefícios são bem maiores que os malefícios”. O presidente da APEMIP reconheceu a existência de problemas habitacionais, sobretudo nas principais cidades, mas frisou que estas dificuldades já existiam bem antes do “AL ganhar a dinâmica que tem ganho em Portugal”.

“Um bode expiatório”

Luís Lima não tem dúvidas de que o AL “tem sido o bode expiatório para os problemas habitacionais que se vivem nas grandes cidades”. Recordou, no entanto, que só em receita fiscal este mercado arrecadou mais de 120 milhões de euros em 2017.

“Ora se há problemas, e se é ao Estado que compete resolvê-los, que tal utilizar este dinheiro para sanar os problemas habitacionais das famílias mais carenciadas? Que tal apostar, verdadeiramente, numa estratégia habitacional que concilie o papel do Estado com o papel dos proprietários, criando benefícios fiscais ou outros, que tornem apetecível para os senhorios colocar os seus ativos no mercado de arrendamento a preços acessíveis?”, afirmou ainda.

Para o representante das imobiliárias, deixar nas mãos dos condomínios a hipótese de decidir se o vizinho poderá ou não colocar a sua casa no mercado de AL “é absolutamente utópico”. "Deixar nas mãos de outrem tal decisão é deixar os proprietários prisioneiros das cobiças e mexericos da má vizinhança”, sublinhou. 

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