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Travão na venda de casas: transações caem 4,1% no primeiro trimestre (mas preços continuam a subir)
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Os preços das casas continuam a subir em flecha em Portugal – aumentaram 12,2% em termos homólogos e 3,7% em termos trimestrais –, mas estão a vender-se menos imóveis. No primeiro trimestre do ano, transacionaram-se 40.716 habitações, mais 15,7% que no mesmo período do ano passado, mas menos 4,1% que nos três meses anteriores (outubro, novembro e dezembro de 2017).

“Entre o último trimestre de 2017 e o primeiro trimestre do 2018 venderam-se menos 4,1% de alojamentos, sendo a primeira redução trimestral do número de transações desde o terceiro trimestre de 2016”, conclui o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo a entidade, entre janeiro e março foram vendidas 40.716 habitações, mais 15,7% que nos primeiros três meses do ano passado. Destas, 34.822 são relativas a habitações existentes, mais 18% que no período homólogo. Já as vendas de alojamentos novos representaram 14,5% do total, “perfazendo 5.894 unidades, traduzindo um aumento de 4% face aos primeiros três meses de 2017”.

Mas em termos trimestrais as vendas recuaram 4,1%, conforme referido em cima. “Por segmentos, o mercado dos alojamentos novos registou a maior quebra (-8%, face a -3,4% nos alojamentos existentes)”, explica o INE. 

Menos vendas trimestrais e... menos receitas 

Relativamente ao valor das transações, superou, no primeiro trimestre, os 5,4 mil milhões de euros, mais 25,7% em termos homólogos – só as vendas de habitações existentes ultrapassaram os 4,4 mil milhões de euros. Já em termos trimestrais, face aos últimos três meses do ano passado, o valor das vendas recuou 2,8%, cerca de 200 milhões de euros.

“Embora ambos os segmentos tenham registado uma redução no valor transacionado, esta foi mais intensa no caso dos alojamentos novos (-5,6%) que nos alojamentos existentes (-2,1%)”, lê-se na nota do INE.

Sim, comprar casa é cada vez mais caro

Em alta, no verdadeiro sentido da palavra, continuam os preços das casas, já que é cada vez mais caro comprar um imóvel no país. Os dados do INE são esclarecedores: num ano, no primeiro trimestre de 2018 face aos primeiros três meses de 2017, os preços aumentaram 12,2%, “o que constitui a taxa de variação mais elevada da série, disponível desde 2009”. 

“As habitações existentes registaram um aumento no ritmo de crescimento dos preços pelo terceiro trimestre consecutivo, tendo-se fixado em 13% nos três primeiros meses do ano (11,8% no quarto trimestre de 2017). Relativamente às habitações novas, a taxa de variação (9,7%) foi a mais elevada da série, aumentando 3,8 p.p. face ao trimestre anterior”, acrescenta o INE. 

Em termos trimestrais, face aos últimos três meses do ano passado, comprar casa encareceu 3,7%, mais 2,5% que no trimestre anterior. “A aceleração dos preços foi mais intensa no caso das habitações novas, com uma variação de 4,4%. Nos alojamentos existentes, a taxa de variação foi 3,6%”, conclui a entidade.

AML e região Norte em destaque

Por zonas geográficas, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a região Norte concentraram 65% do total do número de casas vendidas, o registo mais elevado dos últimos dois anos. 

“A AML atingiu as 14.548 vendas e (...) a região Norte voltou a exceder as 11.000 transações. Com um total de 3.920 transações, o Algarve foi a outra região que aumentou (em 0,1 p.p.) a sua importância relativa no total das vendas realizadas no país”, explica o INE. 

De referir que a AML e a região Norte representaram 71,8% do valor das transações realizadas nos três primeiros meses de 2018, um novo máximo. Outro dado a reter é que a região Norte aproximou-se dos 1,3 mil milhões de euros num único trimestre, o que também é um novo máximo. Já a AML registou 2,6 mil milhões de euros. 

Por fim, dizer que os maiores aumentos homólogos do número de vendas de habitações ocorreram na AML, no Algarve e na região Norte: 17,5%, 16,3% e 16,2%, respetivamente. A Região Autónoma dos Açores foi, de resto, a única a apresentar uma redução (4,9%).

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