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“Jovens precisam de soluções temporárias e flexíveis para a primeira casa”
Tim Stief/Unsplash

Dois em cada 10 portugueses entre os 30 e 34 anos ainda vivem com os pais. E 78,1% dos jovens que têm entre 18 e 34 anos não residem onde gostariam. Estas são algumas das conclusões de um estudo da Century 21 Portugal. Em declarações ao idealista/news, Ricardo Sousa, CEO da mediadora, diz que “os jovens necessitam de soluções temporárias e flexíveis para a primeira solução de habitação, na sua vida independente”.

Segundo o responsável, os jovens têm “uma cultura de proprietário muito enraizada”, o que “não é um problema”. “Revelam uma orientação convencional que segue o modelo que viram nos seus pais. Porque, apesar das diferenças comportamentais face às gerações anteriores, a juventude atual mostra-se conservadora, fiel a valores tradicionais como a família, a criação de um lar, a estabilidade e o sonho da propriedade”.

Ricardo Sousa considera, no entanto, “que os jovens querem e necessitam, numa primeira etapa das suas vidas, de soluções de habitação temporárias e flexíveis para conseguirem a sua independência”.

Afirma, nesse sentido, que “foram tomadas várias medidas para incentivar o mercado de arrendamento, nomeadamente a criação das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI)”, e que “os operadores privados nacionais e, sobretudo, internacionais estão bastante atentos a esta necessidade de mercado”. “Neste ponto, parece interessante apostar em alternativas à habitação tradicional, como o coliving, o micro housing ou o student housing para suprir as necessidades deste segmento de mercado”, alerta o CEO da Century 21 Portugal.

"Parece interessante apostar em alternativas à habitação tradicional, como o coliving, o micro housing ou o student housing para suprir as necessidades deste segmento de mercado"
Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal

Sobre este tema, diz esperar que “estas soluções emergentes passem, num curto espaço de tempo, de uma alternativa elitista a soluções generalizadas, que possam estar ao alcance da maioria dos jovens portugueses, e estimulem, assim, uma importante mudança cultural”.

Para este especialista, o grande “desafio dos jovens não está no mercado imobiliário”. “Essa é uma consequência do verdadeiro problema, que passa pelas dificuldades no acesso ao mercado de trabalho e pelos baixos rendimentos no primeiro emprego”, afirma, frisando que apesar do mercado se estar a ajustar, “em particular no arrendamento, está a evoluir mais rápido que o rendimento disponível”.

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