Oeiras assume-se como alternativa para clientes portugueses. Cascais, orientada para alta gama, quer promover mais habitação acessível.
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Autarquias da Marginal atentas ao crescimento da procura imobiliária
CP

As autarquias da chamada linha de Cascais, nos arredores de Lisboa, reiteram o dinamismo que se vive no imobiliário da zona e garantem que querem continuar a ser uma alternativa à capital. Oeiras, por seu lado, sabe que tem sido uma opção para os clientes portugueses e reconhece que os preços estão a subir. Já Cascais diz que, em 2020, vai apostar na redução do IMI para conquistar (ainda) maior atratividade no mercado imobiliário.

Fonte da Câmara Municipal de Oeiras realça ao idealista/news que “a subida do valor no mercado de venda e das rendas praticadas no centro de Lisboa levou que os concelhos vizinhos da capital surgissem como opção”. Este município, ao lado de Cascais e Sintra, está entre os mais procurados.

“Os valores atingidos são disso prova: o município de Lisboa (3 010 €/m2) registou o preço mediano de vendas de habitação mais elevado, mas com valores superiores a 1 500 €/metro quadrado surgem municípios como Cascais (2 333 €/metro quadrado), Oeiras (2 000 €/metro quadrado), Odivelas (1 523 €/metro quadrado) ”, refere a mesma fonte, destacando que, em Oeiras “o licenciamento de edifícios (construções novas, ampliações, transformações, restaurações e demolições de edifícios) aumentou, tendo-se registado uma variação de 96% entre 2016 e 2018”.

No primeiro semestre de 2019, o valor mediano das rendas de alojamentos familiares estabelecidas em novos contratos de arrendamento em Portugal fixou-se em 5,00 €/metro quadrado, registando uma taxa de variação homóloga de mais 9,2%. O número de novos contratos, segundo dados do INE, registou um decréscimo de 10,5%.

Oeiras com um valor de 9,75 €/ metro quadrado encontra-se assim no conjunto de 37 municípios, localizados maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve, que apresentaram um valor mediano superior ao referencial nacional. Lisboa apresentou o valor da renda mais elevado do país (11,71 €/metro quadrado).

De acordo com a mesma fonte, o concelho encontra-se entre os 24 municípios com mais de cem mil habitantes por apresentarem, simultaneamente, um valor mediano das rendas em novos contratos de arrendamento destinados à habitação acima do valor nacional (5,00 €/m2) e taxas de variação, face ao período homólogo, mais elevadas que as verificadas em Portugal (mais 9,2%). Os outros são: Setúbal, Matosinhos, Porto, Vila Franca de Xira, Cascais, Seixal, Amadora, Almada, Odivelas, Lisboa, Vila Nova de Gaia, Sintra, Maia e Loures.

Autarquias da Marginal atentas ao crescimento da procura imobiliária
idealista/news

Para a autarquia de Oeiras, a valorização da área central de Lisboa onde os preços para arrendamento e aquisição atingiram, nos últimos anos, preços muitos elevados, o que “torna os concelhos vizinhos uma alternativa para o segmento de habitação e a evolução dos preços nesses territórios é disso demonstrativo, bem como o aparecimento de novos projetos habitacionais”. Mas lembra também que, em Oeiras, “os preços de arrendamento e de aquisição de habitação também já atingiram preços elevados, o que remete este território uma opção para segmentos com maior poder aquisitivo”.

Transformar políticas de habitação em Cascais

Na Câmara Municipal de Cascais a estratégia passa por “transformar as políticas de habitação no concelho e, este fator é seguramente o maior elemento de atratividade em todos os segmentos do mercado imobiliário”, salienta fonte oficial desta autarquia ao idealista/news. 

De entre estas políticas de habitação, a mesma fonte da câmara liderada por Carlos Carreiras destaca, “pelas suas implicações imediatas, a redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) previsto no Orçamento da autar-quia para 2020”. E detalha que os proprietários dos prédios recuperados vão poder beneficiar de uma isenção de IMI nos três anos subsequentes. Para os prédios que se situam dentro das Áreas de Recuperação Urbana (ARU), a isenção é de cinco anos, já todos os restantes (fora das ARU) é de três anos.

O referido Orçamento prevê ainda a terceira quebra consecutiva no IMI, com uma diminuição para 0,35% (reduzindo 0,01% em relação a este ano) e mantém-se o desconto neste imposto para as famílias numerosas, que se traduz numa poupança de 14,5 milhões de euros para estes agregados familiares.

“Ainda nesta área, este orçamento pretende dar um salto qualitativo na habitação pública, ou seja, criar habitação acessível aos jovens, com particular atenção às residências universitárias, e, sobretudo, à classe média, já que se constata que muitas famílias vêm 60 % do seu rendimento afeto à prestação da casa”, realça a mesma fonte, frisando que , desta forma, a habitação recebe uma das maiores fatias: 23,3 milhões de euros de um total de 150 milhões que a autarquia vai investir em novas casas a preços controlados.

Quando o plano deste Executivo estiver concluído, em 2025, Cascais terá mais 1.300 habitações para a classe média e 400 residências universitárias em vários pontos do concelho.

A mesma fonte conclui que, numa perspetiva de desenvolvimento sustentado, “estes são fatores âncora que vai criar condições para uma maior atratividade no mercado imobiliário do concelho de Cascais”.

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