Alfredo Valente, CEO da iad Portugal, mediadora imobiliária de origem francesa que opera no mercado nacional há dez anos, considera que o setor “continua a demonstrar vitalidade e resiliência, mesmo num contexto de importantes desafios macroeconómicos e de escassez de oferta”. E apesar dos desafios antevê que a procura de casa se mantenha sólida e que haja um aumento no número de transações em 2025. A digitalização, frisa, é “a chave da transformação do setor imobiliário”.
Em declarações ao idealista/news, o CEO da iad Portugal – concluiu a sua primeira operação de aquisição no país, tendo comprado a PrimeBiz – destaca que “há um movimento claro de profissionalização e modernização das práticas” no segmento da mediação imobiliária, “o que contribui para um mercado mais competitivo e eficiente”.
"A tecnologia é um meio, nunca um fim, e o seu maior valor está em permitir que os consultores se concentrem no que é mais importante: a relação humana, a escuta ativa e a relação com os seus clientes"
Alfredo Valente, CEO da iad Portugal
Ainda assim, atesta, “há sempre espaço para evoluir, seja na simplificação de processos, na aposta na digitalização ou na valorização contínua dos profissionais”. “O futuro do setor passa por mais formação, inovação e um compromisso firme com a qualidade e a confiança. É dessa forma que a mediação imobiliária continuará a crescer de forma sustentada e a desempenhar um papel essencial na economia nacional”, analisa.
Sobre impacto da tecnologia e de ferramentas como a Inteligência Artificial (IA) no setor, sinaliza que “a digitalização é, sem dúvida, a chave da transformação do setor imobiliário”. “As novas tecnologias e a IA estão a tornar os processos mais eficientes, a melhorar a análise de dados e a reforçar a transparência em todas as etapas da mediação. Mas, apesar do avanço tecnológico, o verdadeiro centro desta evolução continua a ser o talento humano. A tecnologia é um meio, nunca um fim, e o seu maior valor está em permitir que os consultores se concentrem no que é mais importante: a relação humana, a escuta ativa e a relação com os seus clientes”, alerta.
Crise na habitação e falta de casas. E agora?
O Governo anunciou recentemente novas medidas relacionadas diretamente com a habitação. Quando questionado sobre o impacto que as mesmas terão na necessidade de aumentar a oferta de casas no mercado, quer para comprar quer para arrendar, Alfredo Valente prefere esperar para ver, alegando que “a eficácia depende sempre da sua execução e coerência”.
“O grande desafio tem sido a falta de previsibilidade e de consistência nas políticas públicas. No caso das medidas mais recentemente anunciadas, apesar do seu potencial, quando se explica mal ou se comunica de forma ambígua, o resultado é um mercado mais confuso e menos confiante, tanto para investidores como para promotores e famílias”, sustenta.
"Só com políticas estáveis, visão de longo prazo e cooperação efetiva entre o setor público e o privado conseguiremos criar um mercado habitacional realmente sustentável e equilibrado"
Alfredo Valente, CEO da iad Portugal
De uma coisa o CEO da iad Portugal diz não ter dúvidas: “O setor precisa de estabilidade regulatória e de condições que incentivem o investimento responsável, sem criar barreiras artificiais”. Nesse sentido, reforça, o “foco deve estar em aumentar a oferta de forma sustentada e responder com eficácia à crise habitacional” na qual se encontra o país, “promovendo a colaboração entre o setor público e o privado”. “É nesse equilíbrio que conseguiremos dar respostas reais às necessidades das pessoas e contribuir para um mercado mais acessível, inclusivo e funcional. Só com políticas estáveis, visão de longo prazo e cooperação efetiva entre o setor público e o privado conseguiremos criar um mercado habitacional realmente sustentável e equilibrado”, remata.
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