Inquérito realizado pela Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) aos seus 680 associados.
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ASMIP aponta quebras de 50% na atividade de mediação por causa da Covid-19
GTRES

O imobiliário foi, no imediato, um dos setores mais afetados pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, estando, no entanto, a recuperar do abalo sentido, pelo que os negócios estão de novo “na rua”. Durante os meses de março a maio, devido à Covid-19, a maioria das 680 mediadoras imobiliárias associadas da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) sentiu uma quebra da atividade na ordem dos 50%.

“Num inquérito feito pela ASMIP às 680 empresas associadas, com o objetivo de aprofundar a situação da mediação imobiliária, conclui-se que 67,6% sentiu uma quebra da atividade, enquanto, apenas, 21,6% afirmou que esta se manteve igual ou que melhorou”, refere a associação, em comunicado, salientando que o inquérito decorreu na reta final do período de confinamento.

Segundo o mesmo, as empresas que sentiram a diminuição da atividade, calcularam essa quebra em cerca de 50%. “Contudo, cerca de 10% das empresas registou um aumento da procura, que quantificam entre 1 a 5%”, conclui o inquérito.

No que diz respeito ao tipo de negócios realizados, a maioria das mediadoras (73%) afirma que se concentram em vendas habitacionais ao cliente final. Seguem-se, com 14,9%, negócios vocacionados ao investimento.

“No primeiro trimestre de 2020 a tipologia mais vendida foi o T2, com 41,8%, logo seguida dos T3, com 32,4%, e as moradias, com 12,1%. Em relação às vendas, e tendo por base a comparação do primeiro trimestre de 2020, com o anterior, constata-se que se mantiveram para 47,3% dos inquiridos, desceram para 41,9%, com apenas 10,8% a garantirem que subiram”, conclui a ASMIP.

De referir ainda que metade dos inquiridos garante que houve diminuição na venda de casas durante o período em causa, sendo que 29% das mediadoras garante que a dinâmica se manteve.

Quando à oferta existente no mercado, 66,2% dos associados da ASMIP diz que é relativa a imóveis usados: 27% afirma que este valor está nos 50/50 enquanto a oferta de habitação nova apenas representa 6,8%.

“Por tipologia, nos mercados onde trabalham os associados da ASMIP, a maior oferta é de T2, logo seguida de T3 e de T1, enquanto o preço, por metro quadrado (m2), de habitação nova predomina os 2.000€/m2, com 10,8% das indicações, seguido dos 1500€/m2, com 8,1% e em partes iguais 6,8% nos 2500€/m2 e nos 3000€/m2”. 

Arrendamento à lupa

No que diz respeito ao mercado de arrendamento, 55,4% dos associados da ASMIP garante que os negócios se mantiveram e apenas 28,4% afirmam que baixaram, sendo que os imóveis usados lideram nesses negócios, com 86,5% das respostas.

Já quanto às expetativas para o segundo trimestre deste ano, a diminuição é sempre superior aos 50% em todos os capítulos, exceto na habitação residencial, onde 41,8% espera a manutenção e 39,1% o aumento dos arrendamentos.

Segundo Francisco Bacelar, presidente da ASMIP, “na análise dos dados recolhidos, quando comparamos o último trimestre de 2019 com o primeiro trimestre de 2020, reflete-se, de forma acentuada, os efeitos da crise que se instalou a partir de meados de março”. “Contudo, verificamos também que os dois primeiros meses do ano ficaram marcados por indicadores ligeiramente inferiores em relação ao período homólogo do ano transato”, afirma, citado no comunicado.

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