Quando um proprietário decide colocar um imóvel no mercado deve saber quanto tempo se demora a vender uma casa até encontrar um interessado em comprar - esta mesma informação é também relevante para os agentes imobiliários e demais profissionais do setor. Sempre e agora, em plena crise pandémica, ainda mais. Em Portugal, o período de venda de casas ronda, atualmente, os cinco meses, tendo aumentado face ao terceiro trimestre de 2019 - quando se vivia em crescimento económico e sem o novo coronavírus. Há apenas um ano, em termos médios, contabilizava-se em pouco mais de quatro meses o tempo de um imóvel à venda no mercado nacional, segundo uma análise do idealista.
Nos extremos da tabela - entre onde é mais demorado e rápido conseguir vender uma casa - estão hoje em dia as cidades alentejanas de Portalegre e Beja, com períodos próximos de nove meses, e a beirã Guarda, com três meses, de acordo com os cálculos do principal marketplace imobiliário, a partir de dados referentes até ao final de outubro.
Os proprietários nos distritos de Beja, Viana do Castelo e Vila Real tiveram, em média, de esperar à volta de oito meses para conseguir vender uma casa e, em contraste, o distrito de Setúbal destaca-se como o único onde se conseguiu reduzir o tempo de transacionar um imóvel para menos de quatro meses, seguido de perto por Lisboa, a capital do país, e São Miguel, nos Açores.
Do total dos 20 distritos do país (18 no Continente e 2 nas Ilhas) cinco conseguiram reduzir o período de venda de casas, face ao terceiro trimestre do ano passado. No caso de São Miguel (Açores) passou de 5,8 para 4,1 meses, enquanto a Guarda (região das Beiras) passou de 8,3 para 6,1 meses e Évora (Alentejo), ganhou 24 dias neste processo. Portalegre e Setúbal - ambas no Alentejo, mas a primeira no interior e a segunda na costa litoral -, também apresentam ligeiras descidas.
Distritos | 3T2020 (meses) | 3T2019 (meses) | Variação (dias) |
Portugal | 5,1 | 4,3 | 22 |
Aveiro | 5,0 | 4,9 | 4 |
Beja | 8,1 | 7,4 | 19 |
Braga | 4,9 | 4,8 | 2 |
Bragança | 7,0 | 6,9 | 4 |
Castelo Branco | 7,0 | 6,2 | 25 |
Coimbra | 6,0 | 5,5 | 13 |
Évora | 5,1 | 5,9 | -24 |
Faro | 6,4 | 4,7 | 50 |
Guarda | 6,1 | 8,3 | -67 |
Leiria | 6,5 | 5,3 | 37 |
Lisboa | 4,1 | 3,8 | 10 |
Portalegre | 7,7 | 7,9 | -5 |
Porto | 4,4 | 3,7 | 20 |
Santarém | 6,2 | 5,8 | 14 |
Setúbal | 3,6 | 3,8 | -3 |
Viana do Castelo | 8,3 | 6,2 | 61 |
Vila Real | 8,2 | 5,5 | 81 |
Viseu | 6,3 | 5,3 | 29 |
Madeira (Ilha) | 6,7 | 5,1 | 48 |
São Miguel (ilha) | 4,1 | 5,8 | -52 |
Por outro lado, outros proprietários de distritos viram prolongar por mais tempo o período que o imóvel permaneceu no mercado, como Vila Real (Trás-os-Montes), onde este compasso de espera aumentou quase mais de três meses, para atualmente estarem mais de oito meses as casas à venda.
Os distritos mais fortes do mercado imobiliário, como Lisboa (4,1 meses), Porto (4,4 meses), Faro (6,4 meses), ou a ilha da Madeira (6,7 meses) viram o tempo de venda de casas aumentar entre 10 e 50 dias em apenas um ano.
No que diz respeito às capitais de distrito, a cidade de Vila Real destaca-se no aumento do tempo de venda de um ano para o outro, em quase cinco meses, sendo que, atualmente, se demora em média quase oito meses a vender uma casa.
Por sua vez, Bragança viu o período de tempo para venda de uma casa aumentar 118 dias, seguido de Faro com uma subida de 69 dias. Em contraste, a Guarda apresenta um valor que salta à vista de redução de tempo de venda de cerca de oito para três meses, no terceiro trimestre de 2020.
“É muito interessante perceber como o mercado imobiliário de cada distrito e cidade reagiram à pandemia. Por exemplo, as cidades e distritos do interior demonstram bastante mais variações do que o litoral, em termos de tempo de venda", analisa Inês Campaniço, responsável do idealista/data em Portugal.
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