Cidade e concelho de Lisboa registaram uma diminuição homóloga do preço da habitação em 2021, segundo o INE.
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Preços das casas cai em Lisboa
Imagem de António Francisco Calado por Pixabay

A desaceleração dos preços das casas em Lisboa já era evidente desde o final de 2018. Mas, no primeiro trimestre de 2021, aconteceu algo inédito: a capital portuguesa registou pela primeira vez em cinco anos uma redução homóloga dos preços da habitação – em concreto de -1,1%, conclui o Instituto Nacional de Estatística (INE) na nota publicada esta quinta-feira, dia 15 de julho de 2021.

Apesar ter apresentado a única descida homóloga desde o primeiro trimestre de 2016, a cidade de Lisboa continua a ter o preço mediano de alojamentos familiares mais elevado entre as sete cidades com mais de 100 mil habitantes. Este valor fixou-se, em concreto, nos 3.296 euros por metro quadrado (euros/m2) no período de 12 meses terminado em março de 2021, refere o INE no mesmo documento. 

A realidade é outra viajando para o Norte de Portugal. A cidade do Porto também está em destaque neste relatório, mas pelas razões opostas: registou o maior crescimento do preço mediano das casas face ao período homólogo (de +19,2%). Na cidade Invicta este valor fixou-se nos 2.233 euros/m2.

O aumento do preço das casas registado na cidade do Porto é bem superior ao crescimento calculado a nível nacional (de +7,2%). Mas esta não é a única cidade onde se verifica este salto: Vila Nova de Gaia (+13,8%), Amadora (+9,7%) e Braga (+8,8%) registaram também um crescimento homólogo superior ao valor nacional. Já as cidades do Funchal (+5,7%) e Coimbra (+4,0%) apresentaram um aumento dos preços da habitação, mas inferior ao do país.

Preços no concelho de Lisboa também derrapam

A tendência de descida de preços das casas não se verificou só na cidade de Lisboa como em todo o seu concelho. Os dados do INE indicam que o preço da habitação neste município apresentou ma diminuição homóloga na ordem dos -7,9% no primeiro trimestre de 2021, fixando-se nos 3.257 euros/m2. Isto quer dizer que entre os 24 concelhos com mais de 100 mil habitantes, o município de Lisboa foi o único a verificar uma descida anual do preço das casas. Mas, note-se, que também foi o que registou o preço mediano mais elevado dos 24.

No clube dos 24 municípios portugueses com mais de 100 mil habitantes, os preços da habitação desaceleraram em 18 entre o quarto trimestre de 2020 e o primeiro de 2021, diz o INE. E, destes, dez pertencem à Área Metropolitana de Lisboa e três à Área Metropolitana do Porto. Entre as exceções está Oeiras (+6,9%) que foi mesmo o “único município da AM de Lisboa a aumentar a taxa de variação homóloga” e Matosinhos (+6,7%) na AM do Porto.

As maiores variações negativas foram registadas no concelho de Setúbal (-14,3%), Santa Maria da Feira (9,1%) e Funchal (-8,5%). Já em sentido contrário destaca-se Leiria (+10,8%), que apresentou uma “aceleração dos preços mais forte entre os municípios com mais de 100 mil habitantes”, diz o INE.

Já na AM de Lisboa os preços sobem…

Em Portugal, o preço mediano de alojamentos familiares foi de 1 241 euros/m2, um valor que representa um aumento de 4,5% face ao quarto trimestre de 2020. Em relação ao mesmo período do ano passado, verifica-se uma subida de 3,1%. A evolução da taxa de variação homóloga no final de 2020 e o início de 2021 – de 7,8% para 3,1% - “evidencia uma desaceleração dos preços da habitação, interrompendo a aceleração verificada no último trimestre”, conclui o INE.

Neste retrato nacional, as três sub-regiões com os preços mais elevados neste período continuam a ser o Algarve (1755 euros/m2), a AM de Lisboa (1685 euros/m2 ) e a AM do Porto (1333 euros/m2 ), que registaram variações anuais na ordem dos +4,3%, +4,1% e +11,1%, respetivamente - evoluções essas bem mais expressivas do que a verificada no país (+3,1%).

Além destas três sub-regiões também a Região Autónoma da Madeira (1.402 euros/m2 ) registou um preço mediano superior ao país, apresentando, contudo, um crescimento homólogo (+1,4%) inferior ao valor nacional. 

Entre as 25 sub-regiões de Portugal, dez registaram uma diminuição homóloga dos preços da habitação. Destaca-se a sub-região Beiras e Serra da Estrela com o maior decréscimo (-19,3%) e o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (476 euros/m2).

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